Quase
R$ 40 bilhões do pacote econômico anunciado pelo governo nesta
segunda-feira podem ficar no papel. Isto equivale a mais da metade do
novo esforço fiscal, que é de R$ 70 bilhões _valor que combina propostas
de aumentar impostos e cortar gastos.
Em
duas reuniões da presidente Dilma Rousseff com deputados e senadores,
os líderes partidários disseram que dificilmente a CPMF será aprovada.
Os parlamentares também se queixaram da tentativa do governo de
direcionar emendas parlamentares obrigatórias para gastos específicos.
A
principal dificuldade em relação à CPMF é uma rejeição dos deputados e
senadores a aumentar impostos, o que seria uma medida impopular.
O
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já disse publicamente
que será difícil aprovar a CPMF. Em conversas reservadas, ele avalia
que, no melhor cenário, a CPMF seria aprovada no ano que vem. Por se
tratar de um novo imposto, só poderia valer apenas em 2017.
Como
o governo Dilma é fraco politicamente, essa medida só terá chance de
vingar se houver um acordo prévio com os políticos e os empresários. Ou
seja, nem com acordo está fácil. Sem acordo, fica muito difícil.
Mas Dilma, mais uma vez, não articulou politicamente antes de apresentar a ideia de recriação da CPMF.
Um
dia após o lançamento do novo pacote econômico do governo, o balanço já
é negativo. Surgiram resistências no Congresso Nacional, no
empresariado e no sindicalismo.
Por: Kennedy Alencar
(Bog do Mágno Martins)