Após passar um período, o qual batizou de “desintoxicação da política”,
o ex-ministro Ciro Gomes, voltou à cena atirando. Ele acusa a oposição e
o vice-presidente Michel Temer de apoiarem uma “escalada do golpismo”
contra a presidente Dilma Rousseff. Recém-filiado ao PDT, Ciro diz que o
Brasil viverá momentos “tensos” de radicalização política se a Câmara
autorizar a abertura do processo de impeachment. O ex-ministro foi
lançado, na última quarta-feira (16), pré-candidato à presidência em
2018.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Gomes afirma irá às ruas defender o
mandato da presidente, se for preciso. “Estarei na primeira fila. Muitos
brasileiros vão se perfilar. Não é para defender a Dilma, é para
defender a regra. O impeachment pode ser uma cartase de quem está
zangado, mas no dia seguinte os problemas serão os mesmos”, disse.
Segundo o ex-ministro, aponta “má-fé” do senador Aécio Neves e do
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “O PSDB está fazendo isso por
pura vingança. Em 1999, quando houve a desvalorização violenta do Real e
a popularidade do presidente foi ao chão, o PT começou com o Fora FHC. O
comportamento do Fernando Henrique é constrangedor”, critica.
Apesar da defesa, Ciro Gomes faz críticas ao pacote fiscal da
presidente. “É ilusionismo, mas 70% não sai do papel. E a medida mais
importante [a recriação da CPMF] não podia ter sido sido anunciada
daquele jeito. A receita está despencando por causa da recessão que
esses malucos estão produzindo. Se o governo não atrapalhasse com a taxa
de juros, o Brasil poderia achar o caminho antes do que se supõe. O
governo está atrapalhando”, refuta.
Por Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)
Fotos: Alan Marques/Folhapress