A propina do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro) direcionada ao ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso nesta quinta (17) num desdobramento da Operação Lava Jato, pagou móveis, eletrodomésticos, veículos, máquinas agrícolas e até vestidos de festa para a ex-primeira-dama do Estado, Adriana Ancelmo.
De acordo com o Ministério Público Federal, Cabral recebeu, em espécie, R$ 2,7 milhões da Andrade Gutierrez pelo contrato de terraplanagem do Comperj -o equivalente a 1% da participação da empreiteira na obra.
O fato foi delatado pelos próprios executivos da empresa, colaboradores da Lava Jato. Cabral sempre negou que tenha solicitado propinas e afirmou ter tido "apenas relações institucionais" com as empreiteiras durante seu governo.
Desse total, R$ 950 mil foram pagos em compras de bens de alto valor, como os vestidos de Ancelmo, e em depósitos bancários de até R$ 10 mil, segundo levantamento parcial do MPF.