O sistema prisional do Estado de Roraima tem atualmente um déficit de
942 vagas. Há no Estado 17 presídios - incluindo os presos que estão em
delegacias, que abrigam 2.144 pessoas, ante 1.202 vagas. A Penitenciária
Agrícola de Monte Cristo (PAMC), onde ocorreu o massacre, abriga a
maioria dos detentos - há 1.398 detentos, mas a capacidade é de apenas
750. Dois em cada três presos são provisórios. A unidade foi visitada
recentemente pelo padre Gian Franco, da Pastoral Carcerária, que diz que
a cadeia está "abandonada". Ele ressalta que os presos criaram até uma
espécie de "favela" dentro do presídio, com barracas improvisadas. A
informação foi confirmada ao Estado pelo ex-secretário de Justiça e
Cidadania de Roraima, atual assessor do governo do Estado, Josué dos
Santos Filho. "Os barracos foram construídos em dezembro de 2014. Não
tinha onde colocar os estupradores, ex-policiais, esse tipo de preso que
não representava perigo. Então, eles ficaram separados, na cozinha e no
pátio. Aos poucos, foram fazendo barracos", diz. O presidente da OAB de
Roraima, Rodolpho Morais, ressalta que o presídio realiza serviço para o
qual nunca foi preparado. "O próprio nome já diz, é uma unidade
agrícola, para reeducandos no regime semiaberto."
Por Bahia Notícias/Foto: Pastoral Carcerária
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