quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

A Pernambucana que venceu concurso de poesia pede ajuda para etapa mundial na França

Isabella é mestranda em história pela Universidade Federal de Pernambuco. Foto: Facebook/Reprodução

O grupo Slam das Minas, formado por artistas que praticam a modalidade de poesia falada em Pernambuco, lançou uma campanha de financiamento coletivo (clique para acessarpara custear a viagem de duas integrantes a Paris, na França, para acompanhar a competição mundial de slam ao lado de Isabella Puente, representante brasileira na disputa. Em dezembro, a mestranda em história pela UFPE superou candidatos do restante do país e venceu a etapa nacional do concurso, realizada em São Paulo.

A edição internacional da competição ocorrerá em abril na cidade francesa e Isabella terá a ida financiada pelos organizadores do Slam BR, responsáveis por pagar as despesas com passagens e hospedagem. Com o intuito de oferecer suporte à artista, o Slam das Minas está fazendo uso da plataforma Vakinha para tentar arrecadar cerca de R$ 6 mil e viabilizar a ida de Patricia Naia e Amanda Timóteo - duas das integrantes do grupo, que revigora a produção local de poesia feminina e ocupa espaços públicos com arte. 

"Nós, do Slam das Minas, gostaríamos muito de acompanhar Bell nessa viagem, pois entendemos a importância dessa conquista e a relevancia de nossa presença participando de um evento que está levando mulheres negras ao topo", descreve o projeto.

Após se destacar na etapa regional, Isabella Puente, de 24 anos, foi a São Paulo para representar o estado no Slam BR. Lá, apresentou seis poesias - incluindo uma sobre Pernambuco, que viralizou nas redes sociais - que enveredavam por temas como machismo, racismo e desigualdade social. Na apresentação em que discorreu sobre xenofobia, citou a generalização de nordestinos no sudeste, apelidados de "Paraíba".

"Nordeste tem nove estados, nem vem dizer que não sabia. Sul e Sudeste têm IDH foda, mas não tem aula de geografia. De onde eu venho, nós 'fala' 'oxe, eita carai, misericórdia, minha fia'. Ataque. Ator de novela quando imita nosso sotaque. É que pra vocês, nós somos caricatura. Não importa de onde eu venho, me chamam de "paraíba". Me respeita, boy. Sou da terra de Capiba! Mestre Vitalino, Paulo Freire, Manoel Bandeira, brega, frevo, coco de roda, maracatu, cultura popular pulsante!", recitou ela. 

Por: Viver/Diário - Diário de Pernambuco

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