O
ministro da Fazenda, Joaquim Levy, virou bode expiatório das
dificuldades políticas e econômicas do PT e do governo. Nos últimos
dias, cresceram as críticas do partido e do ex-presidente Lula ao
ministro da Fazenda.
Levy
sofre uma fritura injusta e equivocada. O PT e Lula cometem um erro que
pode aumentar a gravidade da crise econômica e que tem utilidade zero
para ajudar o governo a superar seus problemas na política.
O
ministro da Fazenda cometeu alguns erros, como se comportar de forma
arrogante em alguns momentos em relação ao Congresso e ao dar muito foco
a apenas um lado do ajuste fiscal, o da necessidade de cortar gastos
para equilibrar as contas, mas sem ressaltar que isso era requisito para
a volta do crescimento.
É
justo reconhecer que, nas últimas semanas, Levy mudou o discurso e tem
enfatizado que o ajuste é um caminho para a volta das condições de
crescimento econômico. Ele também se isola no governo, agindo sem
combinar com outros ministros e a presidente.
No
entanto, esses erros de Levy são fichinha perto dos equívocos da
presidente Dilma Rousseff. Foi a destruição do superávit primário, que é
a economia para manter a dívida pública sob controle, que levou à perda
da credibilidade fiscal do país.
Desde
a perda do grau de investimento na Standard & Poor’s no início de
setembro, o governo, a base de apoio rebelada no Congresso e a oposição
não tomaram nenhuma medida efetiva para combater a crise econômica, com
exceção da manutenção de alguns vetos presidenciais a projetos da
chamada “pauta-bomba”. É um serviço que ficou pela metade, porque ainda
há vetos que impedem irresponsabilidade fiscal que precisam ser
apreciados. Isso está previsto para o mês que vem.