Chico Pedrosa, poeta popular homenageado no festival. A ilustração do evento é uma xilogravura exclusiva do artista J. Borges. Foto: Heloise Barreiro/ Portal FolhaPE
Poética, cordel, xilogravura e muita resistência nordestina que se manifesta através da cultura popular. O Nordeste celebrado em versos eloquentes é tema do 17º Festival Recifense de Literatura, que se inicia na próxima sexta-feira (30) na avenida Rio Branco, no Bairro do Recife, e se estende pelo fim de semana. Com o mote “A Letra e a Voz”, a edição do festival visibiliza toda a arte que permeia o universo da poesia popular, como as próprias poesias, cordéis, xilogravuras e os repentes. O evento é aberto ao público e gratuito, contando com oficinas, apresentações culturais, rodas de conversas e feiras de livros.
Neste ano, a programação do festival homenageia o poeta popular e cordelista paraibano Chico Pedrosa, figura importante para compreender as complexidades da cultura popular nordestina. Apesar de ter nascido em Guarabira, no Sertão paraibano, o artista vive há mais de 30 anos em Pernambuco, motivo pelo qual se intitula “paraibucano”, uma mistura que evidencia o amor pelas duas naturalidades.
Para Chico Pedrosa, a homenagem foi uma surpresa de aquecer o coração. “Para mim, é uma alegria enorme, eu nem sabia dessa homenagem e vou ter isso pelo resto da minha vida como um prêmio de Deus”, conta. Para ele, que enxerga a poesia como extraída dos sonhos, o festival é um ambiente de felicidade e recordações do que já viveu. “Trata-se de a gente encontrar várias coisas que estão longe da nossa mente mas aflora ali, naquele lugar”, completa.
A abertura do evento acontece na noite desta sexta (30), com uma mesa de diálogo conduzida pelo homenageado na companhia do repentista popular Edmilson Ferreira e o xilogravurista J. Borges, além da presença da secretária de Cultura do Recife, Leda Alves. Já o sábado (31), segundo dia de programação, é marcado por oficinas de poesia popular, xilogravura e de produção de cordel. Os interessados podem se inscrever de forma gratuita através do e-mail aletraeavoz2019@gmail.com, basta informar o nome completo, idade, formação/ocupação e a oficina pretendida.
De acordo com Leda Alves, o festival de literatura chega com muita paixão e é tão grande quanto a poesia. “Nós é que somos pequenos diante da responsabilidade que assumimos, a gente tem esse apetite enorme em cima deste festival porque o conteúdo dele é muito bom - falar do poeta é falar do criador”, afirma. Para a secretária de Cultura, o evento permite à população ter contato com os artista sertanejos. “A gente cumpre com a nossa responsabilidade com a cultura que é fazê-los conhecer e fazê-los conhecidos porque sabemos que não é fácil ir ao Sertão”.
Ainda no domingo (1º), o último dia do evento conta com um projeto integrado, o Recife Antigo de Coração, que acontece das 9h às 18h30 em palco montado no Marco Zero. Na ocasião, o público pode aproveitar as apresentações de artistas como Carlinhos Monteverde e Vinícius Barros. Na Rua da Moeda, o palco Dançando na Rua convida grupos de dança para demonstrações de diferentes estilo, das 15h às 19h.
Confira programação completa: