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Um cobrador de ônibus foi flagrado e filmado enquanto mostrava a genitália para uma criança de cinco anos em São Paulo. A mãe da menina gravou o ato obsceno e foi ameaçada pelo homem, com uma faca, ao confrontá-lo.
O caso aconteceu no sábado à tarde, na linha 1758/10, que vai do Jardim Antártica ao metrô Santana, na zona norte da capital paulista. Mãe e filha iam para uma consulta médica quando foram vítimas do ato.
A mãe da menina, uma vendedora de 40 anos, conta que, quando passava pela catraca do veículo, o cobrador disse à menina para que se sentasse no assento atrás dele. "Sentamos na poltrona que ele indicou, porque nunca imaginei que pudesse haver alguma maldade. Mas comecei a reparar que ele olhava o tempo todo em nossa direção."
Ela diz ter percebido que, além de olhar muito para a menina, o homem também parecia se tocar nas partes íntimas, que estavam cobertas por uma bolsa. "Achei que eu estava cismada, mas comecei a gravar com o celular para ter certeza. Até que ele puxou a bolsa e eu vi que estava com o órgão genital para fora."
"Quando eu me dei conta de que ele estava se mostrando e se tocando ao olhar para minha filha, eu comecei a gritar. Gritei para que o motorista parasse o ônibus e chamasse uma viatura pra denunciar o cobrador", disse.
O motorista se negou a parar o veículo. A mãe e outro passageiro foram até o cobrador exigir que ele explicasse o que estava fazendo. Ele negou o ato e puxou uma faca de dentro da bolsa e passou a ameaçá-los.
A vendedora também gravou esse momento, mesmo com o cobrador ameaçando os passageiros com a faca, o motorista segue viagem. "O motorista foi conivente porque se negou a parar. Ele colocou vidas em risco, não só a minha e da minha filha."
A reportagem assistiu ao vídeo que mostra o ato obsceno e a ameaça, mas decidiu não veiculá-lo.
A mulher conta que a situação aconteceu próximo ao terminal de Santana, onde ela desceu com a menina e denunciou a situação aos fiscais da SPTrans (empresa municipal que gerencia o transporte público).
Ela procurou uma delegacia, onde o caso foi registrado como ato obsceno. A reportagem não localizou o cobrador e o motorista até a publicação deste texto.
Em nota, a SPTrans diz ter acionado a empresa responsável pela linha para que cobrador e motorista fossem demitidos.
"Nesses casos, o motorista deveria ter parado o ônibus e aguardado a chegada da polícia ou conduzido até a delegacia mais próxima, onde a vítima poderia registrar boletim de ocorrência e receber amparo das autoridades policiais", disse em nota a SPTrans.