MINHAS POESIAS

Poeta Tony Xavier

Maestro das Águas
Poeta Tony Xavier

Morar às margens do lago
Desfrutando da beleza
É sentir á liberdade
No meio da natureza.
Olho sempre e não me canso,
Das águas vê seu balanço,
Isso pra mim é riqueza.

Em um barco navegando
Aves voando ao lado
Águas molhando o corpo
Deixando todo encharcado.
Águas azuis cor de anil,
É Petrolândia é Brasil,
Banhada por este lago.

Me sinto às vezes maestro
Ao ver às águas girando
Ao lado vejo alguns peixes
Perto do barco nadando
Domino o barco no rio,
E vejo ao longe um navio,
Aquilo vai me assustando.

Preocupado eu sigo
Pra ver a realidade
Não sei se eu estou certo,
Se é navio ou cidade.
Agita o meu coração,
Em mim a grande emoção
Ao descobrir á verdade.

Me aproximo assustado
Em mim, vem á emoção
Ao ver a realidade
Sem entender á razão.
É uma Igreja Sagrada,
Dentro do lago inundada,
Demais, pra o meu coração!

Fico girando o meu barco
Mas tudo está tão vazio
Só andorinhas voando
Se aquecendo com o frio.
Eu fico ali assustado,
Pois olho pra todo lado,
Só vejo águas do rio.

Ser o maestro das águas
Não diminuí minha dor
Mesmo deixada no lago
Ela tem sim,  seu valor.
Aquela igreja sagrada,
Quem deixou abandonada,
No coração falta amor.

Dali então eu retorno
Sem esquecer á verdade
Aquele prédio sagrado
Fez parte desta cidade.
Hoje era dia de feira,
Á saudade de Barreiras,
Comove á humanidade!

Maestro das Águas
Poeta Tony Xavier

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Povoado de Barreiras; Impossível te Esquecer!, Por Tony Xavier o poeta do povo.


Choro somente em rever
Estas saudosas imagens 
Que nestas longas viagens
Sempre me fazem sofrer
Não consigo esquecer
Me vem sempre á emoção;
Que fere o meu coração,
Causada pela saudade,
Daquela comunidade,
Barreiras minha paixão!

Ás vezes entristecido
Fico á beira do rio
Pensando ser um navio
Que no mar ficou perdido
E pelo o tempo vencido
Perdeu sua direção
E assim sem solução
Se entregou á saudade,
Daquela comunidade,
Barreiras minha paixão

X X X X X X

Poeta Tony Xavier

Os Nossos Professores
Poeta Tony Xavier

Até hoje eu não entendo
Porque tratam desse jeito
Sem consciência ou respeito
Juro que não compreendo.
Estão sempre esquecendo
Que eles são a solução
Que nos dão educação
Mas não lhe dão seus valores,
São assim os professores,
No meio desta nação!

Eles são especiais
Mas quem domina ignora
Preferem que vão embora
Que pagar um pouco mais
Eles não são marginais.
Eles são nossos irmãos.
Precisam de solução
Para formar mais doutores;
São assim os professores,
No meio desta nação!

Não me conformo jamais
Quem dominam não percebem
Ignorando eles seguem
Precisam fazer bem mais.
Procurem olhar pra trás.
No  mais alto escalão,
Tem a participação,.
Dos guerreiros vencedores;
São assim os professores
No meio desta nação!

Eles ensinam, educam
Mas nunca são milionários
Eles não tem bons salários
Mas são profissionais,
Que lutaram muito mais,
Sem precisar eleição
Mas precisam de atenção,
Pra não serem perdedores,
São assim os professores,
No meio desta nação!

Será que nunca percebem
Ou fingem não perceber,
Que eles sabem vencer
Mas com lutas  e conquistas,
Sem precisar ter na lista
Votos da população,
Trabalham com a razão
E sempre são vencedores;
São assim os professores,
No meio desta nação!

Mesmo com tanta injustiça
Eu tenho sim esperanças
Que um dia haja mudanças
Pra esses profissionais
E que não sofram jamais,
Com tanta ingratidão,
Onde á corrupção,
Parece ter mais valores,
São assim os professores
No meio desta Nação!

Parabenizo á eles
Nesta dia de homenagens
Mando aqui minha mensagem
Para os heróis brasileiros.
Eles são fortes, guerreiros,
Tem a minha gratidão,
Á nossa população
Reconhecem seus valores,
São assim os professores, 
No meio desta nação.

Blog Petrolândia em Foco
Poeta Tony Xavier

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Foto: Assis Ramalho

Eterno povoado de Barreiras!
Por Tony Xavier - o poeta do povo

Mergulhei novamente no passado
Pra rever os lugares que deixei
Tantas coisas jogadas encontrei
Fiquei triste bastante angustiado
Em momentos também emocionado
Porque lá eu deixei meu coração.
Boa Vista, Altinho e Portão,
A Igreja Sagrada de Barreiras,
A feirinha e rua da Mangueira,
São eternas aqui no coração!

Fui na comunidade Santa Helena
Foi lá que bateu forte á emoção,
Resolvi dar um salto no portão,
E comigo de novo o mesmo tema;
Emoções repetiram a mesma cena,
Ao sentir bem de perto á solidão;
Vi escombros de casas pelo o chão,
Sinto esta tortura á vida inteira;
Á feirinha e rua da mangueira,
São eternas aqui no coração!

Jamais vou aceitar o que passou
Muito embora eu sei que não tem jeito
Essa dor vai está dentro do peito,
Para mim nada disso acabou;
Á memória não se acostumou,
Conviver  com á triste decisão;
Tô sofrendo sem paralisação,
É terrível viver desta maneira;
Á feirinha e rua da mangueira,
São eternas aqui no coração!

Por Tony Xavier
O poeta do povo.

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Poeta Tony Xavier


Povoado de Barreiras,
Quando Tudo Terminou!
Por Tony Xavier.

Foi um dia inesquecível
Não sai da minha memória
No dia da trajetória
Aquela data incrível.
O meu coração sensível
De tristezas desabou,
Uma lágrima rolou,
Eu me senti arrasado;
Naquele dia marcado,
Quando á água ali chegou!

Amigos ali por perto
Olhando aquela cena
Como eu, sentiam pena
Não sei se era correto.
Não achei aquilo certo,
Mas alí tudo mudou;
Outra lágrima rolou
Foi um dia complicado;
Naquele dia marcado,
Quando á água ali chegou!

Não dormi a noite inteira
Ao vê às águas chegando
Aquilo tudo inundando,
Andando assim na carreira.
Onde existia a feira,
De repente alagou,
Aquilo tudo inundou,
Eu fiquei desesperado;
Naquele dia marcado,
Quando á água ali chegou!

Às lágrimas do meu rosto
Eu confundi com o rio
Me bateu um calafrio
Senti um grande desgosto.
O Sol já tinha se posto,
Mas nada pra mim mudou,
O drama continuou,
E eu fiquei desolado;
Naquele dia marcado,
Quando á água ali chegou!

Na igreja foi chegando
Doía meu coração
Numa intensa emoção
Outros amigos chegando
Às horas iam passando,
A tristeza não parou.
Á água continuou
A seguir por todo lado,
Naquele dia marcado,
Quando á água ali chegou!

Todos os amigos chorando
Iguais a mim, desolados
Sem ação, emocionados
E como eu, soluçando.
Tudo ali se acabando,
Uma história que ficou,
Um sonho que acabou
Tristeza pra todo lado,
Naquele dia marcado,
Quando á água ali chegou!

Tantos anos se passaram
Mas ao olhar fico triste
Porque a saudade existe
Às coisas boas levaram.
No lago se afogaram,
Nossos planos lá ficou,
O que o rio inundou,
Pra sempre será lembrado,
Naquele dia marcado,
Quando á água ali chegou!

Tantos momentos vividos
Naquele lugar sagrado,
Por Jesus abençoado
Mas por alguém destruído.
Os grandes sonhos perdidos
Debaixo d'água ficou,
Depois que tudo inundou,
Dá pra ficar revoltado,
Naquele dia marcado,
Quando á água ali chegou!

E hoje sofremos tanto,
Palavras não nos conforta
Agora nada importa
Ás vezes nos vem o pranto;
Sentado fico num canto,
Recordo o que passou,
O sentimento ficou,
No lago foi mergulhado,
Naquele dia marcado,
Quando á água ali chegou!

O tempo é imbatível
Por isso que não tem jeito,
Embora  eu tenha no peito,
Uma saudade incrível,
Porém sei que impossível
Voltar o que já passou,
O que o lago inundou,
Não volta lá do passado;
Naquele dia marcado,
Quando á água ali chegou!

Por Tony Xavier

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Poeta, Tony Xavier

Inesquecível Barreiras
Por Tony Xavier

Procurando a liberdade
Andei por tantos lugares
Por terra, rios e mares
Em busca de amizades
E que isso na verdade,
Nascesse dessa paixão;
Com tamanha emoção,
Pra durar pra vida inteira,
Inesquecível Barreiras,
Lá deixei meu coração!

Como Poeta sofrido
Procurando alegria
Tanto noites como dias
Eu me sinto assim perdido, 
O olhar entristecido,
Tudo por uma razão,
Perdido na solidão,
Porque fizeram besteira,
Inesquecível Barreiras,
Lá deixei meu coração!

Não deixarei de pensar
No que causou tudo isso
Com tamanho reboliço,
Fazendo o povão chorar,
E sem poder encontrar,
A menor e explicação,
Ferindo a população,
Deixando só a poeira,
Inesquecível Barreiras,
Lá deixei meu coração!

Por Tony Xavier
O Poeta do povo


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Poeta, Tony Xavier


Vivendo de Poesias
Por Tony Xavier - o poeta do povo

Me sentindo feliz junto a vocês
Eu expresso a minha alegria
Numa data importante deste mês
Que relembra o Poeta neste dia
Me sentindo assim iluminado,
E por Deus que nos tem abençoado
Ao nos dá esse dom da poesia.

Sempre ao lado de gente importante
Que abrilhantam com boa educação
Eu me sinto também neste instante
Um aluno querendo uma lição;
E vivendo num mundo de alegria,
Eu me entrego com amor a poesia,
Que faz parte da boa educação.

Sou  eterno aluno deste tema
Que enriquece a nossa região
Esse dom já não é nenhum problema
Pode ser na verdade a solução.
Pois a  rima me trás a alegria,
Transformando assim a poesia,
Na beleza que existe no sertão.

De que vale um Poeta sem a rima,
Ou a rima se não tem um  Poeta
Tem que haver sintonia neste clima
Para a felicidade ser repleta.
Mas se ambos encontram alegria,
Certamente a bela poesia,
Faz a felicidade ser completa

E assim nesse tema especial
Que podemos falar de fantasias
Improvisos ao Poeta é natural
Que encantam e buscam alegrias
Me entrego de alma e coração,
E confesso que á maior paixão,
É sonhar escrevendo poesias!


Por Tony Xavier

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Poeta, Tony Xavier

Dia das Crianças
Por Tony Xavier - o poeta do povo

Não sou criança mas fui
Eu me lembro muito bem
Quem foi assim como eu,
Sentes saudades também
Nossas vidas são lembranças,
E quem nunca foi criança,
Na vida não foi ninguém.

Lembro tudo  do passado
Dos caminhos pra escola
Dos livros  e os cadernos
Que eu levava na sacola
Do meu humilde calçado,
Já quase danificado,
Na outra mão uma bola.

Ao lado da minha mãe
Aos domingos ia a feira
Nosso carro, uma carroça
Que nem fazia poeira,
Domingo de manhãzinha,
Lá ia nós pra feirinha,
Que existia em Barreiras!

Ah se o tempo voltasse
Como guardo na lembrança
De sentir a liberdade
Com aquela segurança.
E eu pudesse desfrutar,
E novamente voltar,
Aos meus tempos de criança.

Momentos de liberdade
Quando somos um menino
Parece que somos nós
Que comanda o destino;
Por isso volto no tempo,
Pra reviver os momentos,
De quando fui pequenino

Daquele tempo saudades
Recordações do passado
Ás vezes choro pensando,
Se tudo mesmo é verdade
Se são coisas do destino,
Ser outra vez um menino,
Confesso, tenho vontade

Eu volto ao tempo pensando
Procurando entender
E por mais que ele passe
Não consigo esquecer.
E hoje como lembrança,
Se eu pudesse ser criança
Outra vez queria ser.

Por Tony Xavier - o poeta do povo

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Homenagem a Rarrá

O Vaqueiro Rarrá:
Um pouco do seu passado
Por Tony Xavier.

Foi lá pra os anos setenta
Na nossa velha cidade
Vivendo na juventude
Curtindo a mocidade
Sem luxo, fama ou riqueza,
Mas perto da natureza,
Um rio que deixou saudades.

Silêncio o grande presente
Sossego a grande riqueza
O lago não existia
E nem havia pobreza.
Na Boa Vista eu vivia,
Do outro lado a Bahia,
O  berço da natureza!

Família de Zé de Chico
Morava do lado de cá
Família de Zé Guilherme
Morava do lado de lá.
O Barco sempre existiu,
Para atravessar o rio
Para ir e pra voltar.

Não havia telefone
Nem fixo ou celular
Mas sempre havia um jeito
Para se comunicar.
Quando não tinha um apito,
O de cá dava um grito,
Para o de lá escutar.

E assim se resolvia
Com a comunicação
Cada um tinha seu rumo
Seguindo a direção.
E não faltava alegria,
Pernambuco ou Bahia,
Amigos feito irmãos.

Zé de Chico o meu pai
No trabalho artesanal
Fabricando suas telhas
Pra vender ao pessoal.
Um trabalho bem pesado,
Mas todos acostumados,
A ninguém fazia mal.

Zé Guilherme na Bahia
Já estava acostumado
Do gado tirava leite
Para vender no mercado.
E o seu filho Rarrá
Um vaqueiro popular,
Por todos admirado.

Ainda jovem Rarrá
Com vigor e energia
Pra correr atrás do gado
Não tinha horas nem dia
Vivia sempre no embalo,
Seu transporte um Cavalo,
E no rosto á alegria.

Eu lembro  perfeitamente
Que nas batalhas da vida.
Ele tinha com orgulho.
Um Cavalo de corrida
Com carinho e cuidado,
Deixava em nosso cercado,
E ia cuidar da lida.

Nas águas do Velho Chico
Com orgulho ele trazia
Amarrado na canoa
Transportando da Bahia.
Deixava em nosso cercado,
O belo Potro amarrado,
Porque tinha garantia.

Era ali seu passa tempo
O que ele mais gostava,
Sempre apostando no Potro
Quase tudo arriscava;
Era espetacular,
Ás apostas de Rarrá,
Com certeza ele ganhava

Um vaqueiro genial
Um ser humano arretado
Que trazia da bahia
Leite tirado do gado.
Para nós oferecia,
Com tamanha alegria,
Isso tem que ser lembrado

Com isso fica a saudade
De tudo quanto plantou
Da família, dos amigos,
Da batalha que enfrentou;
Do seu legado que existe,
Faz parte ficarmos tristes,
Mas sempre foi vencedor.

Com o surgimento do lago
Poucas vezes o encontrei
Mas daquele cara humilde,
que sempre o admirei.
Além de grande vaqueiro,
Um amigo, um guerreiro,
Que jamais esquecerei!

Hoje no alto brilhando
Deus reservou seu lugar.
Aqui em nós a saudade
De todos que vão lembrar,
Deus recebeu seu troféu,
Onde brilha Israel, 
O nosso gênio, Rarrá!


O Vaqueiro Rarrá
Por Tony Xavier o poeta do povo


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Poeta, Tony Xavier


POETA TONY XAVIER, 
ENVIA TELEGRAMA AO "VELHO CHICO"

Meu querido velho Chico.
Venho aqui pra te falar
E através destas linhas
Preciso lhe alertar;
Nosso sertão está triste,
Pois tem gente que insiste,
Ao senhor, prejudicar.

E é verdade meu amigo,
Á falsidade é de mais
Muitos falam bem de ti,
Mas te apulhalam por trás;
Vão desviando o seu leito,
E sem ter dó nem respeito,
De muito mais, é capaz.

Vão construindo usinas,
Para gerar energia,
Desmatando suas margens,
Para fazer moradias;
Até mesmo os ribeirinhos,
Já não tem os seus cantinhos,
Sofrendo todos os dias.

Meu querido Velho Chico;
É triste á situação.
Se não houver um controle
Á nossa população,
Vai terminar se afundando,
Porque já está faltando,
Água no nosso Sertão!

Amigo sei que o senhor,
De nada disso é culpado,
Lhe peço, não acredite
Em quem conversa "fiado",
E posso lhe garantir,
Que nós que vive aqui,
Estamos todos chocados!

Tem gente tirando água
Para milhares de usinas
Enquanto isso tem outros,
Que abastecem piscinas.
Veja que grande sufoco,
Seu leito cheio de tocos,
Que triste é, sua sina!

Olhando ás margens eu vejo;
Como estão destruídas
É somente Lama e Lodo,
E aves entristecidas.
E ás pessoas de bem,
Como eu, choram também
Pois já não temos saída!

"VELHO CHICO" RESPONDE 
AO AMIGO E POETA, TONY XAVIER


Meu caríssimo amigo Tony,
Recebi seu telegrama.
E fiquei bem informado
Sei até quem me difama.
Eu estou horrorizado,
E até decepcionado,
Com aquele que me engana.

Obrigado meu amigo,
Por sua informação
Tem gente que me maltrata,
Aí mesmo no sertão.
E aqui em Minas Gerais,
Eu quase não ando mais,
Com tamanha ingratidão!

Estou perdendo á força
Que eu tinha para correr,
Minhas águas cristalinas,
Já não conseguem descer.
Estou bem preocupado, 
Eu olho pra todo lado,
E não sei o que fazer.

Sei que há bastante usinas,
Como Você me Falou.
E os lugares que eu passava
Muita gente  bloqueou.
Ninguém pode fazer isso,
Porque tenho um compromisso,
Com quem muito me ajudou!

Quem usa ás minhas águas
Só pra gerar energia,
Pode ficar no escuro 
E nem vê á luz do dia.
Tenham todos fé em Cristo,
Se eu fechar meu registro,
Será grande á agonia!

Mas Tony, fique tranquilo,
Tudo isso vai mudar.
Porém espero que o povo,
Possa assim, colaborar.
Não feche os meus caminhos,
Deixem eu seguir sozinho,
Quero á todos ajudar!

Peço á vocês meus amigos
Não façam ingratidão.
Nasci em Minas Gerais,
Mas amo toda nação
Amo toda humanidade,
Mas eu gosto de verdade,
É ai, desse Sertão!

Autor: Tony Xavier - O poeta do povo
Blog Petrolândia em Foco



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Poeta, Tony Xavier

Barreirenses de Coração
Por Tony Xavier - O poeta do povo 

Outro novo encontro está chegando
Certamente emoções não vai faltar
Todos juntos vamos organizar
Já estou ansioso esperando.
Cada um pode ir se programando
E reserve no peito a emoção,
Nós somos nordestinos do sertão,
Não fugimos do nosso povoado,
Somos sim, um povão apaixonado, 
Barreirenses de enorme coração!

Se no primeiro encontro não chegou
No segundo tem oportunidade
Reencontre nossa comunidade
Não aceito desculpas se faltou;
Do primeiro muita gente gostou
Mas vamos expandir á emoção.
Essa turma eu amo de paixão,
Que saudades sinto do povoado,
Somos sim, um povão apaixonado;
Barreirenses de enorme coração!

Vamos voltar no tempo com histórias
Cada um conta um pouco do passado
Sei que vamos ficar emocionados
Mas faz parte de cada trajetória
Um passado saudoso mas de glórias,
Na rua da Mangueira ou Portão;
Na feirinha a mesma emoção,
Quem andou por ali está lembrado;
Somos sim, um povão apaixonado,
Barreirenses de enorme coração!

Este encontro reúne nossa gente
Que deixou sua terra, seu lugar
Sem ter chances de se pronunciar
E escolher um caminho pela frente,
Foi preciso sair tão de repente
Pra seguir numa nova direção;
Um destino com grande indecisão,
Que deixou todo o povo assustado,
Somos sim, um povão apaixonado,
Barreirenses de enorme coração!

Esse encontro permite debater
E falar de um passado especial
De um lugar simplesmente genial
Que jamais conseguimos esquecer;
Se nos dessem a chance de escolher,
Para todos  tomar a decisão;
Nós teríamos a grande solução,
Porque somos um grupo arretado;
Somos sim, um povão apaixonado,
Barreirenses de enorme coração!

E assim só nos resta esperar
Pra marcar esta data importante
Não sei se está perto ou distante,
Do momento da gente se encontrar;
E assim os amigos abraçar
E poder sentir toda a emoção;
No momento é a melhor solução,
Pra sentir os amigos lado a lado,
Somos sim, um povão apaixonado,
Barreirenses de enorme coração

Somos Barreirenses de Coração
Por: Tony Xavier - o poeta do povo

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Foto: Tony Xavier

O SÍMBOLO DA REGIÃO
Por Tony Xavier o poeta do povo

No meio do lago insiste
Em não cair, não tombar
Com sua fé não desiste
Se mantém a esperar.
Essa igreja é tradição,
Um símbolo da região,
Que de pé irá ficar.

Há tantos anos no lago
Mas ela não se afogou
Se nela existe estragos
Foi maldosos que quebrou
Essa igreja é tradição,
Um símbolo da região,
Que nem o tempo tombou.

Sempre firme a esperar
Desafiando o tempo
Sua estrutura tão firme
Às águas e até o vento
Essa igreja é tradição,
Um símbolo da região,
Mais forte a cada momento

Blog Petrolândia em Foco
O Símbolo da Região
Por Tony Xavier - o poeta do povo

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Poeta, Tony Xavier

Á SECA NO SERTÃO
Autor: Poeta Tony Xavier, o poeta do povo

O Calor por aqui tá de lascar
No sertão está mesmo uma loucura
Tá sobrando pra nossa agricultura
Só Deus mandando chuva pra mudar.
As águas nas barragens vão faltar
O plantio está o maior sufoco.
O tronco de algaroba virou toco
Tá virando um colapso verdadeiro
Já tem gente irrigando o coqueiro
Usando a água do próprio côco.

Passarada já canta com tristeza
Animais já não vivem sossegados
O calaor só aumenta no roçado
O calor destruiu toda beleza.
Já não temos mas água na bandeja
E na agricultura um sufoco;
Sertanejos estão ficando louco
O sertão sem ter chuva é um desespero,
Já tem gente irrigando o coqueiro,
Usando a água do próprio côco.

Milho verde hoje é uma novidade
Pois sem chuvas não há como plantar
Se nascer quando o líquido faltar
De tristezas adeus felicidade.
Pois sem água não haverá bondade
Pois o solo tão seco produz pouco.
E pra viver assim nesse sufoco,
É igual comprar muito sem dinheiro,
Já tem gente irrigando o coqueiro,
Usando a água do próprio côco

Fim
****



Poeta, Tony Xavier


ELE SÓ QUERIA SER FELIZ
Autor: Tony Xavier, o poeta do povo

Estou aqui pra contar
Uma história de emoção
De um pequeno garoto
Aqui do nosso sertão
Por muitos foi desprezado,
Muitas vezes humilhado,
Pra tentar ganhar o pão.

Aos dez anos de idade
Jamais conhecera os pais
Andava de casa em casa,
Mas coisa errada jamais.
Um garoto inteligente,
Apesar de tão carente,
Ele almejava bem mais.

Mas ao chegar numa casa
Ele era desprezado
Se pedia alimentos,
Quase sempre era xingado.
Ele seguia tristonho,
Mas tinha um grande sonho,
Que por todos era negado

Antes mesmo de falar
O que ele mais queria,
Mandavam ele embora
Partindo na correria.
Sem chances e  até chorando
Ele ia se arrastando,
Mas ele não desistia.

Ao chegar numa cidade
Quase foi apedrejado
Se aproximou de uma casa
Mas teve apoio negado.
Ali sentado chorou,
Quando alguém lhe perguntou,
Se tinha se alimentado.

Ele falou que comia
Alimentos estragados
Quando encontrava no lixo
Mas já estava cansado.
Que só queria viver,
Para um dia aprender,
E assim ser respeitado.

Curioso um cidadão,
Perguntou na realidade,
O que ele pretendia
Pra ser feliz de verdade
Pois ele lhe ajudaria,
Dando o que precisaria,
Pra viver na sociedade.

O menino então sorriu.
E o abraçou com emoção!
Falando que o que queria.
Jamais estenderam á mão.
Seu maior sonho era ler,
Ter um livro e aprender,
A as lágrimas foram ao chão!

Chorando também o homem
Ao menino ajudou
Matriculando ao colégio
Seu sonho realizou.
O menino agradeceu,
Pois já era um sonho seu
Ter um dia um professor!

Ao lado daquele homem
Que lhe estendeu a mão
O menino tão feliz
Chorando de emoção.
Feliz lhe agradeceu,
Pois ele apareceu,
Para ser á salvação!

Fim

****



Fotos: Whatsapp

O DESTINO DE UMA CIDADE
Autor: Tony Xavier - O Poeta do povo

Deus criou o universo
Com o seu poder divino
Fez o homem e a mulher
Do cantar da ave, o hino
Deu poder e liberdade,
Pra nascer uma cidade,
Para o povo nordestino.

Petrolândia o seu nome
Que também foi jatobá
Nossa humilde cidade
Começava engatinhar.
Ainda tão acanhada,
Mas por todos já amada,
Nem sonhava em brilhar.

Sem prédios nem muros altos
Sem palácio ou mansão
Tudo na simplicidade,
Igual a população.
Mas uma bela cidade,
Que sem ter modernidade,
Nasceu no nosso sertão.

As margens do velho chico
Nosso rio abençoado
Perto de uma montanha
Nosso povo foi criado.
Um lugar maravilhoso,
De clima muito gosto,
E um povo muito animado.

Ruas compridas e largas
De grande locomoção
Gente e carros trafegavam
Sem ter preocupação
Aquela tranquilidade,
Fazia aquela cidade,
Ser nossa maior paixão.

O Comércio era modesto
Não havia novidades
Mas todos acostumaram
Com a tal realidade.
Ninguém vivia no luxo,
Apenas enchiam o bucho,
E tinham felicidades.

Cada detalhe dali
Eu não consigo esquecer
As vezes nos pensamentos
Tudo eu posso reviver
Da cidade e do lugar,
Onde eu pude encontrar,
Felicidade e prazer.

Lembro Cine São Francisco
Pertinho daquela praça
Parece até que foi ontem,
Pra mim o tempo não passa.
Vou lembrar a vida inteira,
Das águas da cachoeira,
Flutuando igual fumaça.

Com as lembrança batendo
Ferindo o meu coração
Os meus olhos rasos d'agua
Por culpa dessa emoção.
Vejo a realidade,
Mas morrendo de saudade,
Daquela velha estação.

A sombra do tamarindo
Tantas lembranças me trás
Do Abrigo Estudantil
Eu não esqueço jamais.
Eu ainda lembro o dia,
Que senti tanta alegria,
Por ter visitado o Cás.

Quantas vezes fui a jogos
No estádio o Galegão
Vê jogos do Independente
Lá naquele poeirão.
Quando eu ia embora,
Eu tomava coca-cola,
No abrigo São joão.

Lá na loja Pop Discos
E também no Nordestão
Sempre fiz as minhas compras
Na maior animação.
Era sempre animado,
Posto shell e bode assado,
Tomei pinga com limão.

Lá no clube Piçarrinha
Eu também estive lá
Campo de aviação
Lembro ainda o lugar.
Meu coração se agita,
Quando lembro da Avilita,
Dá vontade de chorar.

Lá no serrote do padre
Fiz a minha oração
Todos os anos eu ia
Sexta-feira da paixão.
Toda aquela caminhada,
Sempre era esperada,
Pois já era tradição.

Bem no centro da cidade
Sempre era uma alegria.
Naquelas tardes mais quentes
Tava na sorveteria.
E nas manhãs bem cedinho,
Na bodega de Pedrinho,
Eu ia todos os dias.







Poeta Tony Xavier


NOSSOS PROFESSORES
Tony Xavier, o poeta do povo

Eu parei pra pensar e descobrir
O caminho de cada ser humano
Que só pensa em conquistas, fazer planos
E precisam a vida prosseguir.
Muitas vezes não podemos sorrir
E a eles jamais deram valor;
Quem merece eles tratam com rancor,
Ignoram, maltratam, não dão bola;
Que seria do mundo sem escolas
E a bravura de cada professor.

Nesse nosso país sem direção
Sem caminhos que levem ao progresso
Sem grandes esperanças pra o sucesso
Essa é minha humilde opinião.
Hoje o papo é só corrupção
E as pessoas do bem sofrem de dor;
E os salários dos pobres, um horror,
Quem faz a diferença não dão bola;
Que seria do mundo sem escolas 
E a bravura de cada professor.

Nossos filhos precisam estudar
Trabalhar e buscar a liberdade
E jamais perder a dignidade,
Sem conquistas não vamos avançar.
Para isso precisamos lutar
Mostrando nossa cara sem temor;
Pode ser engenheiro ou doutor,
Quem ensina não vive com esmolas;
Que seria do mundo sem escolas
E a bravura de cada professor.

Quem comanda o país deve entender
Que as crianças precisam de progresso
Sem estudos não pode ter sucesso
Os políticos parecem não saber;
Mas insisto e volto a dizer
Ninguém pode ir em frente com temor;
Quem ensina, não vive, seu doutor,
Se os salários prenderam nas gaiolas, 
Que seria do mundo sem escolas
E a bravura de cada professor.

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Foto: Tony Xavier

O PÁSSARO (Fotopoema)
Tony Xavier - O Poeta do povo

Um pássaro com ciúmes
Brigou com á sua amada.
Decidiu sair de casa
Ainda de madrugada.
Na mesma árvore pertinho,
Construiu um novo ninho,
Fazendo nova morada.

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Foto: Tony Xavier


MERGULHANDO NO PASSADO
Tony Xavier - O Poeta do povo

Mergulhei no passado novamente:
Petrolândia, Barreiras, Boa Vista.
Escrevi os desejos numa lista,
Revivi tantas coisas, de repente.
Fui olhando o que tinha pela frente
Foi chegando assim a emoção
E batendo mais forte o coração
Vi lembranças perdidas nos caminhos,
Entre galhos, escombros e espinhos,
Que ficaram depois da inundação.

Nos incríveis caminhos de Barreiras
Fui levado por os meus pensamentos
E chegando na rua do fomento
Retornei e passei dentro da feira.
Já cansado fiquei a tarde inteira
Tinha ainda a visita do Portão
Na rua da mangueira, a solidão
Passei no Mato Grosso e Altinho,
Entre galhos, escombros e espinhos,
Que ficaram depois da inundação.

Uma grande emoção nessa viagem
Em Barreiras foi mesmo um barato
Tive na padaria de Nonato,
Deixo aqui com saudades a mensagem.
Muito bom eu ter feito essa viagem
Pra tentar espantar a solidão
E a saudade que dói no coração,
São veredas de todos os caminhos,
Entre galhos, escombros e espinhos
Que ficaram, depois da inundação.

Depois de tantos acontecimentos
Eu retorno, outra vez, à realidade
Visitei vilarejos e cidades,
Relembrando os acontecimentos.
Nas ruas do passado e do tempo,
Eu andei disfarçando a solidão;
Tentando enganar meu coração,
Sem passado eu pareço estar sozinho;
Entre galhos, escombros e espinhos,
Que ficaram depois da inundação.

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Poeta Tony Xavier

VIVA O DIA DA POESIA
Tony Xavier - O Poeta do povo

Não basta apenas rimar
Pra se fazer poesias
Precisa sempre mostrar
Palavras com euforia
Tem que haver conteúdo,
Naquela história ter tudo,
Que exista no dia a dia.

Temos também que mostrar
Um pouco desta razão
E nessa história falar
Coisas do seu coração.
Falar da capacidade,
De fantasia ou verdade,
Mas sempre com emoção.

Eu falo da natureza
Que é uma coisa tão bela
O rio o mar, que beleza
Frestas do Sol na janela.
Viva a nossa poesia,
Poeta é paz, é magia,
Estrofes escritas na tela.

VIVA O DIA DA POESIA!

Por Tony Xavier-O poeta do povo

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Ruínas da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no Lago de Itaparica, Petrolândia-PE
Foto: Tony Xavier

SAUDADES DE BARREIRAS
Tony Xavier - O Poeta do povo

É bichinho atrevido
O sentimento saudade,
Em meu peito já não cabe,
Porque já vive sofrido.
Tristonho, aborrecido,
Simplesmente machucado,
Estou sendo devorado,
E o meu dilema é esse:
Se a saudade morresse,
Eu já teria matado.

Sempre cheio de emoção
Lembro daquele lugar,
Eu vivo a imaginar,
São tentativas em vão.
Faz doer meu coração,
Me sentindo derrotado,
Completamente arrasado,
E o caminho é esse:
Se a saudade morresse, 
Eu já teria matado.

Olhando aquele lago,
A Igreja dentro dele,
Reconheço, é aquele
Que lembro a todo instante.
Já não é mais como antes,
Tudo está transformado,
As lembranças do passado,
Determinou que eu sofresse:
Se a saudade morresse,
Eu já teria matado.

Olho e vejo com tristeza
Nosso templo lá no rio,
Parecendo um navio,
Que no mar foi esquecido.
Vivendo desprotegido,
Pelo dono abandonado,
E continua ancorado,
E o seu destino é esse:
Se a saudade morresse,
Eu já teria matado.

Blog Petrolândia em Foco

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Foto: Tony Xavier

O MENINO E OS PÁSSAROS
Tony Xavier - O Poeta do povo

Às vezes, as nossas vidas
São marcadas por momentos
Algumas por alegrias
E outras por sofrimentos.
E pra não vir o pior,
Procure fazer melhor,
Pra não virar um tormento.

Uma história impressionante
Aconteceu no Sertão,
Que teve grande destaque
Lá naquela região.
E quis assim o destino,
Que fosse com um menino,
Na fazenda São João.

A Fazenda pertencente 
Ao senhor Pedro Maria
Um cidadão renomado
Cheio de muita alegria.
Um homem leal e sério,
Que construiu um Império,
No estado da Bahia.

Pai de dois lindos garotos
João Pedro e Chiquinho,
O primeiro estudioso
O outro nem um pouquinho.
Enquanto João estudava,
O outro se preocupava,
Só em caçar passarinhos.

Quando o dia amanhecia
Chiquinho já se mandava,
Sempre com seu estilingue
Que dele não desgrudava.
Entrava de mata a dentro,
Enfrentado fortes ventos,
E, às vezes, a chuvarada.

Com apenas onze anos,
E desejos diferentes,
Chiquinho não respeitava
O que tinha pela frente.
Às vezes, na noite escura,
Ele fazia loucuras
E se sentia contente. 

Saía quebrando lâmpadas
Das casas da região,
Com balas de estilingue
Atirava no portão.
O seu pai, Pedro Maria,
Era um homem que sofria,
Com a tal situação.

Bater nele era perdido,
Ele não lhe obedecia,
Quando era de manhã,
Novamente já saía,
Ligeiro como um gato,
Se embrenhava no mato,
Pra fazer estrepolia.

Matava os passarinhos
Que tinha na região,
Rolinhas e periquitos,
Bem-te-vi e Azulão.
E tudo o quanto fazia,
Era com muita alegria,
Sem a menor compaixão.

Canários e até codornas,
Sabiás e beija-flor,
Não deixava escapar,
Ele não tinha amor.
Era mesmo desalmado, 
Um menino tão malvado
Que até causava horror!

Conselhos não limitavam,
Não obedecia aos pais,
Quanto mais eles pediam,
É que fazia bem mais.
Com apenas onze anos,
Era um menino tirano,
Que matava os animais.

Porém, em um desses dias,
Algo estranho aconteceu.
Ele saiu muito cedo,
Assim que amanheceu.
O dia então foi caindo,
A noite assim foi surgindo,
E ele não apareceu!

Começava uma angústia
Aos pais daquele menino
Que não voltou para casa,
Depois que o Sol foi caindo.
Ninguém sabia o segredo,
Desespero e muito medo,
Tudo, enfim, ia surgindo. 

Os pais então apelaram
Para o Corpo de Bombeiros
Que seguiram procurando,
Em busca de um paradeiro.
Todos cheios de emoção,
Angústias, apreensão,
Tristezas e desesperos.

Depois de horas de buscas
Mudava a situação,
Em um rochedo encontraram,
Seu estilingue no chão.
Bombeiros então seguiam,
Para ver se descobriam,
O mistério, a razão. 

Seguiram, então, seus rastros
No meio dos matagais,
Entre pedras e espinhos
E esturros de animais.
Mas sempre pensando forte,
E a Deus pedindo sorte,
Para acalmar os seus pais.

A missão era difícil
Mas ao chegar numa gruta,
O cantar dos passarinhos,
Parecia uma disputa.
Ali já era um sinal
Que naquele matagal
Tinha uma força oculta.

O cantar dos passarinhos
Era um sinal aos bombeiros,
Que o garoto ali estava,
Em um grande desespero.
Eles se aproximaram
E depressa atacaram,
Como um gato ligeiro.

Em cima de uma árvore
O garoto acuado,
Por duas onças-pintadas,
Que estavam agitadas.
Mesmo com experiência,
Precisou de paciência
E os bombeiros preocupados.

Mas dominaram os bichos
Com armas especiais,
Libertando o garoto,
Das garras dos animais.
Que passou por maus momentos,
De aflições e tormentos,
No meio dos matagais.

Devolveram aos seus pais
Em clima de emoção,
Apesar do grande susto,
Resolveram a questão.
Foram dias de torturas,
No meio da mata escura,
Nas caatingas do sertão.

Chiquinho voltou pra casa
Mas as lições aprendeu,
Tudo o quanto fez de errado,
Ele se arrependeu.
Chorando disse aos seus pais
Que não quer lembrar jamais
De tudo que aconteceu!

O tal menino perverso
Que passarinhos matou,
Que maltratava animais,
E que lâmpadas quebrou. 
Hoje está bem diferente,
É um garoto decente,
A Natureza ensinou.

Perdido no matagal
Na noite escura e sozinho,
Passou momentos difíceis,
Entre galhos e espinhos.
E a quem tanto maltratou,
Foi também quem lhe salvou,
Os amigos passarinhos.

O mundo sempre ensina 
Quem pratica algo errado,
Quem erra sempre esquece
Do ato mal praticado.
E vindo da Natureza
Você vai ter a certeza,
Deus está sempre lembrado.

É nos tempos de crianças
Que devemos entender,
Nosso mundo é um livro,
Que sempre devemos ler.
Estude para ser culto,
Seja jovem ou adulto,
Nunca deixe de aprender.

Então ame a natureza
Não procure destruir,
Aquilo que Deus criou,
Temos que deixar seguir.
Nascemos para viver
E só Deus tem o poder
De a nós tirar daqui.

FIM

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O Nascer do Sol - Foto: Tony Xavier


CHUVAS NO SERTÃO
Tony Xavier - O Poeta do povo

As nuvens estão chegando
Cobrindo o azul do Céu
As cores modificando
O branco cor de papel.
Já ouço a passarada,
Nos galhos de uma ramada,
Lá pras bandas do Sertão;
No açude o gado berra,
Mas vai ser molhada a terra,
Já ronca forte o trovão.

O Céu já não posso ver
As nuvens já encobriu
O tempo a escurecer
O dia que já partiu.
Escuto o gado berrar,
Também posso confirmar
O cantar de um Azulão;
No açude o gado berra,
Mas vai ser molhada a terra,
Já ronca forte o trovão.

Tony Xavier - O Poeta do povo

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Casas de taipa na margem do lago de Itaparica 
(Foto: Tony Xavier)

O SERTANEJO FELIZ
Tony Xavier - O Poeta do povo

Sentei na minha calçada,
Peguei caneta e papel
Com a mente relaxada
Fiquei a olhar o Céu
Foi que me deu na veneta,
De usar essa caneta,
Pra escrever um cordel.

Então pensei no passado
Daqueles tempos vividos
Hoje vivo preocupado
Nosso presente é sofrido.
Hoje eu sinto saudades,
Dos tempos de liberdades,
E tudo isso é doído.

Da minha casa na roça
Daquele pé de algodão
Eu andava de carroça
A estrada era de chão.
Estudei numa cartilha,
O meu rádio era de pilha,
Não tinha televisão.

A casa era pequena
A cobertura de palha
Eu e a minha morena
Minha mobília era "tralha"
Nunca me senti um lorde,
Pra fazer o meu bigode,
Usava uma navalha.

A panela era de barro
Se cozinhava com lenha
Para usar o meu carro
Não precisava de senha.
Pois lá no nosso sertão,
O meu carro era de mão,
Hoje isso é resenha.

Eu acordava cedinho
O sol nem tinha nascido
Tomava um cafezinho
Com um pão velho ardido.
Mas, juro, era feliz,
Foi tudo que sempre quis,
Hoje me sinto perdido.

Mesmo assim era feliz
Nos tempos que lá vivi
Tudo o quanto lá eu fiz
Confesso, não esqueci.
Hoje choro de saudade,
Dos amigos de verdade,
E o lugar onde nasci.

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O SÍMBOLO DO SERTÃO
Tony Xavier - O Poeta do povo

Charqueada
Choro cada vez que lembro daquela cidade onde eu morava,
dói aqui dentro do peito cada vez que lembro daquele torrão,
Lembro detalhes das ruas daqueles lugares que eu passeava,
hoje toda essa saudade é uma pancada em meu coração.

Às margens do Velho Chico, Petrolândia era a paz que eu sonhava,
Um lar de tranquilidade, um lugar sagrado que Deus reservou,
mas por causa do progresso aquela cidade era condenada
e cumprindo a sua sina veio o Velho Chico e lhe afogou!

Hoje quase que não durmo de tanta tristeza, ver coberta pelas águas aquela riqueza 
Petrolândia, o orgulho do meu coração,
hoje aqui aonde eu vivo tenho liberdade 
mas daquela Petrolândia eu sinto saudades
ela era o maior símbolo do meu sertão.

Agora, depois de tudo, relembro momentos lá daquela praça,
a tristeza me domina cada vez que lembro da velha estação,
hoje aqui onde eu vivo com toda riqueza o tempo não passa,
aquele lar de alegrias vai ficar pra sempre em meu coração.

Por mais que o tempo passe vai ficar marcado em minha memória,
aquela simplicidade de tudo que havia naquele lugar,
Com o coração partido eu vou reviver sempre a sua história, 
certamente relembrando os grandes momentos sei que vou chorar!

Hoje quase que não durmo de tanta tristeza, vê coberta pelas águas aquela riqueza 
Petrolândia o orgulho do meu coração,
hoje aqui aonde eu vivo tenho liberdade, mas daquela Petrolândia eu sinto saudades
ela era o maior símbolo do meu sertão. 

Por Tony Xavier

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Foto: Tony Xavier

A NOSSA MAIOR RIQUEZA
Tony Xavier, o Poeta do povo

Eu olho pra mata e vejo
Como o nosso Deus é bom
Satisfaz nossos desejos
Das cores muda o tom.
As folhas muda pra verde,
Dos animais mata a sede,
Torna o triste em alegria;
Cada um no seu cantinho,
Reúne os passarinhos,
Pra cantar em sinfonia.

Água desce no terreiro
Molhando todo o chão
Vejo o pé de umbuzeiro
E o cantar do Azulão.
O umbuzeiro florido,
O Azulão destemido,
Por ver a chuva voltar;
Da árvore vem o desejo,
Do Azulão o festejo,
Por assim poder cantar.

Ouço cantando feliz
Lá no alto a Seriema
Ao lado da catingueira
Bem pertinho da jurema.
Camaleão vem ligeiro,
Pra subir no Juazeiro,
Para ninguém lhe pegar;
É assim a Natureza,
A nossa maior riqueza,
Não podemos maltratar.

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Foto; Tony Xavier

PINGOS DE FELICIDADES
Tony Xavier, O Poeta do povo

Ela chegou de mansinho
Sem barulho, sem zoada
Foi percorrendo caminhos
Nas encostas nas calçadas.
Sem relâmpagos ou trovões,
Tomou conta dos sertões,
Durante a madrugada.

Foi descendo calmamente
Sobre toda a região
O sertanejo contente
Sentindo aquela emoção.
Na calmaria da noite, 
Sem ter ventos com açoites,
Animando o Sertão.

Se espalhou pelas matas
Por baixo de umbuzeiros
Parecendo até cascatas 
Foi cobrindo juazeiros.
Levando terras do chão,
Enriquecendo o Sertão,
Foi enchendo os barreiros.

Sertanejos animados
Explodindo de alegria
Caminharam pra o roçado
Com toda aquela euforia.
E nas terras do Sertão,
Plantaram milho e feijão,
Para colher qualquer dia.

Foi esse o grande momento
Da chegada ao Sertão
Daquela chuva sem ventos
Nem barulho de trovão.
Que alegrou nordestinos,
Desde o velho ao menino,
Hoje é só animação.

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Foto Tony Xavier

A SECA NO SERTÃO
Tony Xavier - O Poeta do povo

O Céu já não posso ver
Lá pra ás bandas do roçado
Eu sinto que vai chover
O chão vai ficar molhado.
Se cantar o Azulão,
A seca aqui do Sertão,
Tá com os dias contados.

Veja o sapo na lagoa
Parece desesperado
O gavião também voa
Um tanto quanto assustado.
Se tem ronco de trovão,
A seca aqui do Sertão,
Tá com os dia contados.

Se o caboré tá cantando,
Formigueiros no roçado
O gado já vem berrando
Correndo pra todo lado.
Se tem flor o algodão,
A seca aqui do Sertão,
Tá com os dias contados.

Foto: Tony Xavier

VOANDO EM MEUS PENSAMENTOS
Tony Xavier - O Poeta do povo

Ao longe vejo uma ave 
Lá da montanha me olhando
Até parece uma nave,
Que ainda está voando.
Mas vejo ela distante,
Mas penso a todo instante,
Poder, assim, lhe tocar;

Logo em seguida ela voa,
Meus pensamentos à toa,
Não vão se realizar.
Do outro lado uma casa
Em um lugar tão bonito,
Ah, se eu tivesse asas,
Pra chegar ao infinito.

Mas a distancia é maior,
E aqui vou vivendo só,
Sob o barulho dos ventos;
Imaginando loucuras,
Vou viajando às alturas,
Apenas em pensamentos.

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