Presidente Dilma Rousseff. Foto: Lula Marques/Agência PT
Como mesmo políticos da base do Planalto já admitem a derrota na votação desta quarta (11), o foco da batalha na votação do Senado deixou de ser para evitar o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) por até 180 dias. Na verdade, os governistas concentram esforços para que a oposição não alcance 54 votos, o suficiente para a cassação final da presidente, na conclusão do processo de impeachment.
É só o que se fala nesta quarta em Brasília.
Para quem não é familiarizado com os números, a votação do impeachment no Senado se divide da seguinte forma:
- Nesta quarta (11), a votação é para decidir a admissibilidade do pedido de impeachment. Ou seja, se ele merece ou não ser julgado pelo Senado. Em caso positivo, Dilma é afastada por até 180 dias. Para que isso ocorra, basta a maioria simples. O que é isso? Que, com qualquer número de senadores presentes, do total de 81, basta que metade mais 1 vote pela admissibilidade;
- Ao final do processo, a votação decidirá de fato se Dilma será ou não alvo de impeachment. Nesta etapa, exige-se quórum qualificado, com maioria absoluta: dois terços (54 votos) do Senado. Se isso ocorrer, aí sim Dilma será cassada e perderá os direitos políticos por 8 anos.
Ou seja: em tese, se Dilma for afastada nesta quarta, ainda pode voltar e lutar na votação final do impeachment. Contudo, a oposição quer alcançar 54 votos para sinalizar que a presidente não teria mais condições desde já de voltar ao poder.
As análises prévias apontam a oposição com aproximadamente 50 votos. O governo calcula ter entre 21 e 23.
Por causa disso, senadores e parlamentares da base de Dilma já estão se encaminhando para o Senado.