domingo, 4 de janeiro de 2015

Sob Velha direção





Dilma, a competenta, elaborou com rara habilidade seu projeto de reconciliação nacional. Juntou na mesma área Patrus Ananias, para quem Stalin provavelmente não passava de um reformista burguês, com Kátia Abreu, para quem Gengis Khan ou era comunista ou no mínimo complacente com os comunistas. Juntou políticos desconhecidos, como George Hilton, com políticos fartamente conhecidos, como Eliseu Padilha, que vem com o selo de qualidade do Governo Fernando Henrique.

Juntou candidatos derrotados com políticos que vencem até (e principalmente) quando o país perde. A cereja do bolo, talvez como símbolo do prometido combate à corrupção, é Helder Barbalho, derrotado nas urnas, filho querido de Jader (cuja carreira política envolveu renúncia, para escapar à cassação, e um período de prisão), um dos herdeiros daquele famoso ranário em que sobravam investimentos com dinheiro público e faltavam rãs.

E, no esforço de conciliação, Valdemar Costa Neto, então hóspede da Penitenciária da Papuda, foi quem negociou com o Governo a nomeação do ministro dos Transportes. É bonito, ainda mais no 1º de Janeiro, Dia da Confraternização Universal, em que todos tomaram posse, ver que Dilma faz conviver herbívoros e carnívoros.



O sagaz Getúlio Vargas certa vez definiu um ministério com a seguinte frase: alguns ministros não são capazes de nada, e os outros são capazes de tudo.

Por: Carlos Brickmann

BLOG DE TONY XAVIER


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