domingo, 1 de fevereiro de 2015

Respira-se no Congresso um cheiro de traições


Na briga pelas presidências da Câmara e do Senado, as alianças põem nos celebrantes uns grilhões de barbante, que não resistem a um peteleco. Considerando-se o cheiro de traição que exala dos partidos, uma víbora teria dificuldades para respirar a atmosfera do Congresso nos instantes que antecedem a contagem dos votos. A votação é secreta.
O PR do mensaleiro Valdemar Costa Neto, por exemplo, tornou-se um partido bipolar. Sob refletores, cedeu às pressões do Planalto. Comprometeu-se a votar no petista Arlindo Chinaglia para presidete da Câmara. No escurinho, a turma Valdemar tranquilizou o peemedebista Eduardo Cunha. Informou ao desafeto de Dilma Rousseff que ele terá a maioria dos votos da legenda.
Até a manhã de sexta-feira, um pedaço do PSDB ameaçava bandear-se para o lado de Eduardo Cunha. Enquadrado por seu presidente, Aécio Neves, o tucanato alardeou que está mantido o apoio à candidatura de Júlio Delgado, do PSB. Na tarde de sábado, o líder tucano Carlos Sampaio dividiu com Cunha uma mesa num restaurante da Capital, o Villa Tevere.
Acompanhados por meia dúzia de pessoas, Sampaio e Cunha chegaram por volta das 15h30, quando a casa de repasto estava vazia. O teor da conversa não é conhecido. O PSDB continua sustentando que votará em Delgado. O grupo de Cunha contabiliza em sua planilha algo como 20 dos 54 votos do PSDB.
Até a manhã deste domingo, Eduardo Cunha manejava um bloco que somava 205 deputados. No início da tarde, registrou na Mesa da Câmara um conglomerado de14 partidos, com 218 votos. Obteve a adesão de meia dúzia de partidos nanicos que negociavam seus votos com Arlindo Chinaglia, o preferido do Planalto. Cunha diz que prevalecerá no primeiro turno. Para que isso ocorra, precisa obter os votos de 257 dos 513 deputados. Quer dizer: o peemedebista aposta no adultério.
O bloco de Chinaglia congrega cinco partidos. Sem traições, somam 160 cabeças. Esperava-se que chega-se a 180. Mas o PDT, com 20 votos, não assinou o registro da candidatura. Diz-se que o partido perdeu a hora. Será? O grupo de Júlio Delgado contabiliza 106 votos.
No Senado, o peemedebista Renan Calheiros receia sobretudo a traição de integrantes da bancada do PT. A despeito das pressões do Planalto, um pedaço do petismo flerta com o rival Luiz Henrique, também do PMDB. Para compensar eventuais defecções, Renan cabalou votos até na oposição, supostamente fechada com seu rival, inclusive no tucanto. Numa disputa menos tranquila do que se imaginava, cada voto é disputado como uma bola dividida. Senador de primeira viagem, o craque Romário, do oposicionista PSB, prometera votar em Renan. Hoje, diz que deve optar por Silveira.
Por: Blog do Josias
BLOG DE TONY XAVIER

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