Para Rezende, o sucesso do desenvolvimento de uma política nacional de esporte não pode ser medido pelo número de medalhas em megaevento, como o pan-americano ou as olimpíadas, mas sim pelo acompanhamento e implementação de uma infraestrutura que eleve o número de praticantes de esportes no país.
“Carecemos de um investimento na infraestrutura de base e eles não conseguem se traduzir em resultados em um ou dois ciclos olímpicos”, diz Rezende. Segundo ele, o investimento na construção de quadras esportivas, locais para prática de atividade física de modo geral e preparação de profissionais qualificados poderia não trazer resultados esportivos para o país no curto prazo, mas sim para duas ou três olimpíadas depois dos jogos de 2016, no Rio de Janeiro, e depois de forma permanente.
“A garantia de acesso ao esporte, qualificação de recursos humanos e desenvolvimento científico e tecnológico. É isso que estamos querendo aproveitar com essa janela de oportunidade do megaevento [no ano que vem] para que o desenvolvimento do desporto aconteça de forma organizada”, argumenta o professor da UnB.
Para o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, o resultado do Brasil em Toronto demonstrou evolução do país na preparação para os jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. “Além de conquistarmos as metas traçadas, graças à parceria entre o COB, Confederações, Ministério do Esporte, Ministério da Defesa, Ministério da Ciência e Tecnologia e patrocinadores conseguimos aumentar o número de modalidades com condições de lutar por medalhas nos Jogos Rio 2016 e no futuro”, disse Nuzman.
Mas para o Brasil se tornar efetivamente uma potência no mundo esportivo, segundo Rezende, o país precisa aliar a política de incentivo a prática esportiva desde a infância, com investimentos no atletas de alto rendimento, feita atualmente. “Se tínhamos uma expectativa de que em função da realização das Olimpíadas no Brasil teríamos uma política que permitisse o investimento maior e a potencialização da participação do Brasil nesses megaeventos, o resultado do Pan nos mostra que isso não aconteceu de forma efetiva. Mas isso não quer dizer que tivemos uma má participação”, ponderou o professor da UnB.
“Para encontrar talentos tem que haver um trabalho anterior de formação desportiva geral para que as pessoas se envolvam com as modalidades, saibam apreciá-las e dos que praticarem e aprenderem é que vamos levar para os centros de alto rendimento. Se o Brasil não tiver o sistema completo montado, desde o início, da aprendizagem esportiva até o alto rendimento, o país fica lidando com partes”, disse.
Blog de Tony Xavier / Via Agência Brasil / Foto Divulgação
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