segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Após 12 dias, empresária sequestrada é libertada pela polícia


Policiais do DHPP-Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa conseguiram resgatar na madrugada de ontem a empresária conquistense Arlethe Patez, proprietária do salão de beleza Rive Gauche, sequestrada desde o último dia 22 de julho, no Costa Azul, em Salvador. Manoel Cândido da Paz, conhecido como Pastor, 46 anos e Imael Moura de Jesus, o “Baby”, 29 anos, dois dos 12 envolvidos no crime, foram apresentados ontem à tarde pelos delegados Jorge Figueiredo, diretor do Draco-Departamento de Represão e Combate ao Tráfico e ao Crime Organizado, e Leandro Pimenta, da Coordenação de Sequestro. Eles adiantaram que a motivação dos sequestradores foi por interesse financeiro. “Pediram R$ 600 mil à família da vítima pelo resgate, sob ameaça de que poderiam matá-la”.


Arlethe foi resgatada viva do cativeiro. Foi encontrada acorrentada pela perna à cama, em um casebre de dois quartos, sem banheiro, na zona rural de Teolândia, cidade a 281 km de Salvador e há 20 km da BR-101. A equipe do DHPP, composta por 11 homens, conseguiu chegar ao local após a prisão do “Pastor”, que dirigira o carro no dia do sequestro. Eles tiveram que caminhar por 2 km, dada a impossibilidade de trafegar com o carro na estrada de terra e com ladeira bastante acentuada.  “Pastor”, que é hipertenso, chegou a passar mal durante o trajeto e os policiais temeram que ele morresse, o que inviabilizaria a descoberta do cativeiro e a libertação de Arlethe, além de ficarem sob a acusação de que o teriam matado. Na chegada ao local, os policiais a encontraram apenas sob a “proteção” de Baby, que não teve tempo de esboçar qualquer reação e localizaram um revólver calibre 32 escondido sob o colchão onde ele dormia. O principal líder do bando, Manoel dos Santos Neto, o “Dan”, 32 anos, embora já devidamente identificado pela Polícia, permanece foragido.

Sobre os 12 dias em que esteve sob poder dos bandidos, Arlethe contou aos delegados que “quando eles apareciam no casebre passavam o tempo bebendo e fumando maconha”. Afirmou ter sofrido terror psicológico por parte de Manoel Rafael Bispo de Jesus, vulgo Jorge Bocão, 39 anos, também foragido. “Ele falava que tudo dependeria da família pagar o resgate, por que nem sempre os seqüestros acabam bem”. A cabeleleira revelou que chegou a “conversar com algumas mulheres”, namoradas dos integrantes da quadrilha e que até foi “induzida a jogar dominó com o bando”. Uma delas é quem dava banho em Arlethe. As necessidades eram feitas no mato. Disse, ainda, que “dormia mal pelas condições do local, sob incessante ataque de insetos” e que fez um “enorme esforço para não entrar em depressão”. 

Tanto “Pastor”, que disse ter sido contratado por Dan, pela soma R$ 2 mil para dirigir o Gol prata, mas desconhecia o propósito do sequestro; quanto “Baby”, garantiram terem tratado muito bem a Arlethe e sempre tentando “mantê-la certa de que voltaria ao convívio da família”.  Pastor já foi preso por tráfico de maconha no Paraguai e, desde a saída da prisão, vinha atuando como moto boy em Valença, município a 272 km de Salvador. Segundo os delegados do Draco, ele foi o “responsável por trazer um cartão de memória com fotos de Arlethe para a família, no intuito de mostrar que ela estava viva”. Os delegados disseram ter definido um plano de ação em 48 h após o sequestro e justo quando os bandidos fizeram o primeiro contato com a família da empresária. Cinco equipes do DHPP, com cerca de 20 homens, atuaram por 10 dias no interior.

Eles seguiram a pista de um sequestro anterior, ocorrido em 1º de junho, em Valença, contra um empresário do setor de super mercados que conseguiu fugir do cativeiro. Conforme Leandro Pimenta, “soubemos do envolvimento de Jorge Bocão, que é traficante na favela de Jambeiro, em Valença e acabamos chegando ao Pastor. Tão logo os demais sejam presos serão todos encaminhados à justiça acusados pelo crime de extorsão mediante sequestro”. 

Via Tribuna da Bahia

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