sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Com alto número de casos, Petrolina faz ações para prevenir Hanseníase




No primeiro semestre de 2015, o município de Petrolina, no Sertão pernambucano, notificou 170 novos casos de hanseníase, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. A doença é infectocontagiosa que afeta tanto a pele quanto o sistema nervoso do paciente e pode ser transmitida através do contato direto com pessoas infectadas. Para tentar prevenir a situação e informar sobre a doença, estão sendo realizadas ações em locais da cidade.
Fila formou-se logo nas primeiras horas (Foto: Amanda Franco/ G1)Nesta sexta-feira (28) as equipes do Programa de Hanseníase no município estiveram na Praça do Bambuzinho, no centro da cidade. Maria Raimunda, de 76 anos, foi levar o sobrinho para averiguar uma manchinha que ele tem no pescoço. Ela aproveitou a oportunidade e também quis passar pelos exames. “Eu nunca tinha procurado este tipo de serviço, mas estou gostando demais. Isso é muito importante”, destacou a idosa. Neste sábado, uma ação semelhante será realizada pela manhã na AME do bairro Antônio Cassimiro e deve atender a população dos bairros vizinhos.

Antônio Irmerino, de 71 anos, também estava esperando para ser atendido pelos outros serviços disponibilizados na ação. “Vim fazer o teste de glicemia para saber se tenho diabete. Sempre faço o controle. Moro no Quati I, fiquei sabendo e vim”, disse.


A população chegou cedo para fazer o cadastro e antes mesmo de serem montados os estandes, uma fila formava-se para o atendimento. De acordo com o coordenador do programa de Hanseníase, Francisco Freitas, neste momento são feitas triagens, mas os casos suspeitos devem ser encaminhados às unidades de saúde da família. “Lá ela será atendida por uma equipe e iremos aprofundar essa avaliação e se posicionar se realmente é a doença”, explicou Francisco.

O coordenador ressalta ainda que Petrolina é historicamente uma cidade endêmica da doença. Em 2014 foram detectados ao todo 380 casos. “É possível que até dezembro deste ano tenhamos uma marca semelhante a do ano passado. Atualmente os números são chamativos e apontam que o município é hiperendêmico”, disse.

A Hanseníase é uma doença que tem tratamento e cura, porém Francisco alerta que o diagnóstico precisa ser o quanto mais cedo. “Quanto mais cedo o diagnóstico, mais fácil é o tratamento e mais cedo virá a cura. A pessoa terá menos complicações ao longo do tratamento. A nossa preocupação é o diagnóstico tardio que vem acompanhado de sequelas e consequências como incapacidades físicas, quando ela compromete o sistema nervoso da pessoa. Há casos em que estas incapacidades não são reversíveis”, ressaltou o coordenador da doença em Petrolina.
Sintomas
Garoto foi averiguarar mancha no pescoço (Foto: Amanda Franco/ G1)Francisco Freitas apontou os principais sintomas que devem ser observados pela população. “Se você tem uma mancha que não coça, não dói, não irrita e naquele local também não há produção de suor, a gente orienta que a pessoa procure uma unidade de saúde mais próxima à sua residência”, disse. As manchas podem ser esbranquiçadas ou avermelhadas e a área fica sem sensibilidade.
Amanda Franco do G1 Petrolina - Fotos: Amanda Franco/G1

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