Acontecerá
o quê, caso Madame perca o mandato? Na hipótese de Michel Temer
despencar com ela, se o Tribunal Superior Eleitoral anular as eleições
do ano passado, teremos nova eleição para completar o período. No
reverso da medalha, o vice assume se o Tribunal de Contas da União e o
Congresso considerarem ter havido crime de responsabilidade nas contas
do governo em 2014. Também fica em aberto a possibilidade de tudo
continuar como está, ou seja, Dilma permanecer no governo até o fim.
E
daí? Daí nada. É esse o destino que nos assola. O Brasil ficará
igualzinho, pela falta de alternativas com relação ao futuro. Inexistem
projetos no imaginário de nosso coletivo. Os políticos ficarão onde
estão, buscando parcelas de poder para satisfazer-se e até para
enriquecer. Os empresários correndo atrás do lucro. Os trabalhadores
tentando sobreviver. A classe média equilibrando-se. Os religiosos
imaginando uma outra vida.
Falta-nos
um ideal comum. Um objetivo capaz de sobrepor-se à mesquinharia de
todos os dias perseguindo a satisfação individual que nos separa. É o
legado do PT que um dia propôs-se a construir uma nova sociedade. Doze
anos no poder serviram para demolir esperanças e expectativas. Os
companheiros não mudaram nada, apenas ocuparam espaços vazios.
Quando
criado, o partido parecia pleno de entusiasmo. Tinha metas e objetivos.
Os primeiros a cair fora foram os intelectuais. Depois a Igreja. Em
seguida os líderes sindicais. Os trabalhadores. A juventude. Hoje, o PT
resume-se a um aglomerado sem ideais. Carente de um programa em
condições de sensibilizar e unir a massa à qual se dirigiu. Até o Lula
perdeu sua razão de ser, transformado em pequeno burguês milionário a
serviço dos que, no passado, imaginou extirpar. Por essas e outras, o PT
começará derrotado nas eleições municipais do próximo ano. Depois, em
2018...
Carlos Chagas
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