sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Romário e Lula ganharam briga com a Veja


A redação da Veja deve estar passando por uma revolução, pois há duas semanas lançou uma edição com duas informações gravíssimas, porém mentirosas, atingindo o jogador Romário e o ex-presidente Lula.
Uma delas já foi corrigida. No site da revista, você pode ler agora: “VEJA reconhece erro e pede desculpas a Romário”.
Realmente, era falso o extrato que indicava dinheiro alto (milhões de euros) numa conta na Suíça.
Veja diz que vai investigar essa coisa, mas o certo seria indicar o nome de quem produziu a fraude. Alguém usou recursos gráficos sofisticados, para levar a revista ao erro. Não se pode acobertar o infrator, mesmo que seja um repórter.
O prejuízo da Veja nesse episódio será enorme. Nas próximas horas, Romário vai se engrandecer, pois teve reação fantástica nos dias anteriores. O jogador saiu limpão desse episódio, com mais prestígio ainda para apurar as bandidagens do futebol.
Mais ainda: depois dessa, Romário passa a ser mesmo o grande nome para disputar a eleição de prefeito no Rio.
CAPA DO LULA FOI GRAVE ERRO


O grande drama do Lula é o outro caso “vejal”, que merecia tratamento semelhante ao do Romário.
Veja anunciou com grande destaque, usando toda a sua capa, que o ex-presidente Lula seria preso dentro da Operação Lava-Jato, graças à delação premiada do ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro.
A OAS desmentiu a informação. Os advogados do tal Leo também negaram que houvesse negociação pela delação premiada. Mesmo assim a Veja manteve a sua versão.
Hoje lemos que, realmente, não só Leo Pinheiro recusou-se a fazer delação premiada, como foi condenado ontem a 16 anos de prisão.
Assim, a acusação contra Lula, pelo menos partindo do ex-presidente da OAS, não aconteceu.
Pergunto: como Veja tratará este erro de informação nas próximas horas?
Quem garantiu a Veja que Leo Pinheiro estava fazendo delação premiada?
A revista está sendo sabotada por informantes falsos ou por repórteres irresponsáveis?
Como explicar dois erros tão grosseiros na principal publicação jornalística brasileira?
Na verdade, os ânimos estão tão exaltados no Brasil, que o jornalismo precisa ser rediscutida.
Jornais, revistas, TVs, rádios e sites têm duas formas de abordar situações graves, a saber:
1.    Noticiando o fato com isenção, de forma direta, a partir de fontes confiáveis.
2.    Analisando situações diversas, inclusive questões políticas, com inteira liberdade, mas assumindo o ônus de direcionar conceitos e apoiar tendências.
Veja tem misturado as coisas: é notícia ou é análise?
É informação ou é editorial?
Isso precisa ficar melhor definido nas próximas edições da revista, que anda acelerada demais, quase celerada.
Por: Renato Riella

Nenhum comentário:

Postar um comentário