O clima de tensão da conversa entre a
presidente Dilma Rousseff com os ministros das secretarias de Mulheres,
Eleonora Menicucci; da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, e do Direitos
Humanos, Pepe Vargas, foi agravado ainda mais pela exigência dos
petistas de que o novo ministério a ser criado, seja, pelo menos,
comandado por uma mulher. A
exigência foi colocada durante a reunião, no Palácio da Alvorada, da
qual também estava presente, o atual ministro da Secretaria Geral da
Presidência da República, Miguel Rossetto, cotado para comandar o
Ministério da Cidadania, que será resultado da fusão das três pastas. A
ideia partiu da ministra Eleonora e foi apoiada por Nilma e por
Pepe. Dilma não disse nem sim, nem não, mas recuou da ideia de
apresentar Rossetto como titular da pasta durante a reunião.
O nome de Rossetto já enfrenta
resistências dos principais grupos parceiros das políticas afirmativas
desenvolvidas pelo governo: feministas e integrantes do movimento negro,
que esperam desdobramentos da reclamação. A avaliação é de que ele não
teria sensibilidade para questões complexas envolvendo a discriminação
de grupos não hegemônicos, além da perda de toda simbologia adotada
pelos governos petistas de empoderamento desses grupos sociais.
Entre críticas à postura da presidente,
os três ministros ainda reclamaram do nome escolhido para a nova pasta.
Ministério da Cidadania inclui, na opinião de integrantes dos movimentos
sociais, conceitos chamados “de direita”, excludentes da população
muitas vezes marginalizada.
A sugestão dada à Dilma é de que ela
mantenha dos nomes das pastas, consideradas conquistas simbólicas do
governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desta forma, a pasta
se chamaria Ministério dos Direitos Humanos, Igualdade Racial e
Políticas para Mulheres.
(Blog Poder Online - Luciana Oliveira)
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