domingo, 11 de outubro de 2015

Como ficará o país sem Dilma e sem Cunha?

Metade da Câmara  quer o impeachment da presidente Dilma. A outra metade deseja a cassação de Eduardo Cunha. Engalfinham-se os deputados, sem perceber que o povão tem outras preocupações: o desemprego em massa, o aumento do custo de vida, o congelamento e até a redução dos salários, a alta dos impostos e taxas de serviços essenciais, a péssima qualidade da saúde e da educação públicas e   a violência urbana e rural.
A falta de sintonia entre eleitos e eleitores acentua-se cada vez mais, como se vivessem em dois mundos distintos. Não vai dar certo, ainda que  tanto Dilma quanto Cunha possam ser objeto da frustração e da indignação geral. Falta um roteiro, um plano e um esforço  para enfrentar as carências generalizadas, mas nem o governo nem o Congresso parecem preocupar-se. Madame e o deputado  querem preservar  os respectivos mandatos, como se suas obrigações  se esgotassem nesse objetivo.
 
Vale indagar como ficaria o país sem Dilma e sem Cunha. Mudaria o  quê, caso ambos fossem postos para fora? Nada. A população talvez vivesse dez minutos de euforia, comemorando as duas ausências, mas logo voltaria a sofrer as mesmas agruras. O grave na conjuntura atual é a inexistência de alternativas.  Executivo e Legislativo comportam-se como se não lhes coubesse enfrentar a desagregação nacional. Desconhecem a  falência  do Estado, hoje  posto em frangalhos.
Já se escreveu muito sobre a rebelião das massas,  sonho de alguns poetas. Elas poderão  ganhar as ruas por pouco tempo, mas logo terão  que ir para casa.


Em suma, só um programa capaz de enfrentar um por um  os obstáculos que nos assolam substituiria com extrema vantagem a presença de  Dilma e Cunha. O diabo é que inexistem partidos, corporações, associações e centrais sindicais cuidando disso. Sendo assim, não vai adiantar nada trocar seis por  meia dúzia, ainda que mudanças   assim sirvam ao  menos para melhorar o humor...
Carlos Chagas

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