Literatura de Cordel: 'Quem destrói á Natureza, não pode ter coração

Vamos Amar á Natureza

Quando o dia amanhece

Nos fundos do meu quintal

Passarada em sinfonia 

Faz aquele festival.

Periquitos, Juritis

Sabiás e Bem-ti-vis,

Beija-flores, Azulão;

Mostram toda á beleza,

Quem destrói á natureza,

Não pode ter coração.

Se falta chuvas na terra

Não me falta alegrias

Se o gado sempre berra

Cai chuva em poucos dias.

Mandacaru bota flor,

Á mata muda de cor,

Canta forte o Azulão;

Isso é uma certeza, 

Quem destrói á natureza, 

Não pode ter coração.

Se por trás de uma montanha

Uma nuvem aparece

Um animal se assanha,

E o céu logo escurece.

Na mata á passarada

Fica toda agitada,

Acorda todo o Sertão;

Coruja sente firmeza, 

Quem destrói á natureza,

Não pode ter coração.

Petrrolândia em Foco / Fotos: Tony Xavier