quarta-feira, 13 de julho de 2016

Com o apoio do governo Chinês frigorífico começa a abater jumentos no Nordeste brasileiro


Um frigorífico instalado há pouco mais de dois anos no município de Miguel Calmon, município localizado no Piemonte da Chapada Diamantina, a 355 quilômetros de Salvador, começou nesta segunda-feira (11/07), o abate de jumentos, que terão o couro exportado para a China. No primeiro dia de trabalho nesse tipo de atividade, mais de 300 animais foram abatidos.

A atividade é licenciada pelo Governo do Estado da Bahia e quatro veterinários da Secretaria da Agricultura acompanharam o abate dos primeiros jumentos, com o objetivo de conferir se todas as recomendações técnicas estavam sendo cumpridas. Logo após a fiscalização, os funcionários do frigorífico continuaram as atividades que durou toda a segunda-feira.

Além do couro, outras partes do jumento vão ser aproveitadas no mercado da Bahia, segundo o gerente geral do frigorífico, Israel Augusto. “A carne do jegue abatido aqui está sendo doada para o zoológico de Salvador, que vai alimentar grandes animais. O resíduo restante vai ser transformado em ração animal, em uma indústria especializada”.

Mas os chineses não vão usar o couro do jumento para ser curtido e transformado em produtos como sapatos, bolsas ou similares. Em laboratórios especializados, é feita a raspagem da parte posterior do couro, para a produção de medicamentos e de alguns cosméticos, seguindo uma tradição da cultura milenar chinesa, em extrair esses produtos dos jumentos. “Na China,  a quantidade de jumentos é muito pequena para o que eles necessitam”, explica o Israel Augusto.
A portaria do governo é clara e impede que a carne de jegue seja usada para o consumo humano, mesmo, segundo Israel, isto ser possível do ponto de vista nutricional. “A portaria recomenda que não haja consumo humano da carne de jumento por questões culturais e isso não vai ser feito aqui”, garante o gerente.

O Frigocezar está instalado a 12 quilômetros do centro de Miguel Calmon e tem grande tradição no abate de gado. A crise econômica diminuiu bastante a produção de gado de corte e afetando diretamente os empregos do abatedouro que tinha cerca de 130 funcionários e hoje tem 86.

Ainda sem ter fechado todos os cálculos sobre os lucros da nova atividade, o gerente estima que o faturamento do abatedouro deva aumentar em torno de 40% com a exportação do couro de jegue para a China. O abate de jegue vai acontecer apenas às segundas-feiras e isso já fez aumentar a perspectiva de criação de cerca de 20 vagas de trabalho, de acordo com os diretores. A expectativa é um aumento desse número, caso o Brasil consiga atender à demanda de exportação para a China.

Via Petrolândia Notícias/PE Notícias

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