sábado, 23 de julho de 2016

Impeachment à vista

A admissão do marqueteiro João Santana de que recebeu US$ 4,5 milhões via caixa como pagamento de uma dívida de campanha de 2010 torna ainda mais improvável evitar a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Além da falta de habilidade política de Dilma que torna quase impossível barrar o impeachment, a revelação de Santana só aumenta a tormenta da petista. Ele foi um dos colaboradores mais próximos de Dilma.
Além de ter atuado como um ministro sem pasta, sugerindo medidas administrativas para o governo, ele é amigo da presidente. Ao admitir caixa 2, Santana e a mulher dele, Mônica Moura, contradizem a versão da presidente afastada de que nunca houve caixa 2 em suas campanhas.
Não se trata de um depoimento de um empresário investigado pela Lava Jato, mas de alguém que teve relação pessoal próxima e frequente com Dilma. Santana era um dos poucos que participavam da intimidade presidencial. Isso praticamente demole o argumento da presidente. Um dos dois, Dilma ou Santana, está mentindo.
Há outro trecho da fala de Santana que é importante. Ele disse que a prática de caixa 2 é generalizada no Brasil, que haveria uma fila atrás dele se todos fossem investigados. É tarefa da Lava Jato encontrar mais partidos e políticos que possam entrar nessa fila, para evitar uma investigação seletiva a respeito de uma prática pluripartidária no Brasil. 
(Kennedy Alencar)

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