terça-feira, 2 de agosto de 2016

Cassar Cunha após impeachment seria escândalo

Há movimento de bastidor para decidir primeiro destino de Dilma
O bom senso sugere que as votações do impeachment de Dilma Rousseff e da cassação de Eduardo Cunha aconteçam neste mês de agosto. No entanto, essas votações não são favas contadas, apesar de o país precisar de respostas definitivas sobre tais questões.
Desde 2 de dezembro do ano passado, quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acolheu o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma, já se vão 8 meses em que se abriu uma grande crise no país, gerando incertezas. E Eduardo Cunha já vinha chantageando abertamente Dilma desde julho de 2015. Portanto, é um assunto que domina o país há mais de um ano.

Como o presidente do Senado, Renan Calheiros, quer nomear um deputado federal para o Ministério do Turismo, Marx Beltrão, do PMDB de Alagoas, está ameaçando nos bastidores atrasar a votação do impeachment da presidente. É uma pressão para Temer nomear um deputado que responde a processo por peculato no STF (Supremo Tribunal Federal). Temer quer aguardar um eventual julgamento ainda em agosto desse caso para decidir. Se o deputado for absolvido, vira ministro. Se não, que Renan encontre outro nome.
Mas o presidente do Senado está pressionando Temer, e a votação do impeachment de Dilma pode atrasar uma ou duas semanas. Mas o caso mais grave é o de Eduardo Cunha.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu votar a cassação na segunda semana de agosto. Ou seja, na semana que vem. Acontece que há um movimento na Câmara e de ministros do governo Temer para votar a cassação de Cunha depois do impeachment de Dilma. Se isso acontecer, será uma tentativa de dar uma chance para Cunha escapar. Seria uma manobra escandalosa.
O caso do ex-presidente da Câmara está mais do que maduro e se arrasta há mais tempo do que o impeachment de Dilma. Votar agenda econômica, como dívida dos Estados, antes da cassação de Cunha é abrir uma porta para a Câmara empurrar com a barriga a cassação de Cunha.
A prioridade da Câmara deveria ser decidir o destino de Cunha. Resolver esse assunto de vez. Ele mentiu à CPI da Petrobras em março de 2015, quando disse que não tinha conta no exterior. Foram descobertas depois contas na Suíça. Ele já responde a dois processos no Supremo.
Postegar a cassação de Cunha para depois do impeachment de Dilma é uma manobra que deveria ser impedida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tem o poder de colocar o caso em votação. Essa decisão será um grande teste para Maia viabilizar ou afundar sua gestão no comando da Casa.
Blog do Kennedy

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