quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Um tropeço federal

Houve reação negativa à sugestão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que o presidente interino, Michel Temer, concorra ao Palácio do Planalto em 2018. O principal motivo dessa repercussão é simples: muitos políticos apoiaram o afastamento de Dilma Rousseff e a ascensão de Michel Temer ao poder com a condição de que ele ficasse fora da sucessão presidencial de 2018.
É o caso do PSDB, por exemplo. Os tucanos querem que Temer reafirme o compromisso de apoiar uma emenda constitucional para acabar com a reeleição, regra que, ironicamente, foi criada pelo PSDB em 1997.
Sugerir uma eventual candidatura, como disse Rodrigo Maia, enfraquece Temer na hora em que ele precisa de apoio para aprovar o impeachment de Dilma e para votar medidas duras no Congresso. Foi uma trapalhada. Não o ajuda em nada. No final de abril, em entrevista ao SBT, Temer disse pela primeira vez que não seria candidato à reeleição porque queria liberdade para fazer um governo de transição. Estava certo. E continua pensando assim.
Na situação dele, não se fala em candidatura em 2018. Se ele for efetivado, se seu governo der muito certo, se consertar a economia, se tiver popularidade, naturalmente essa possibilidade poderá ter apoio político. Mas há uma série de desafios que precisam ser vencidos antes de pensar nisso. Portanto, por ora, o mais provável é imaginar Temer fora da cédula eleitoral em 2018.

Blog do Kennedy

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