terça-feira, 6 de setembro de 2016

Protestos: Temer e Serra erram feio na avaliação

"É preciso tratar com respeito manifestações contrárias"
O presidente Michel Temer e o ministro das Relações Exteriores, José Serra, erraram ao subestimar a importância e o tamanho dos protestos que têm acontecido contra a aprovação do impeachment de Dilma Rousseff e a favor de antecipar a eleição presidencial.
As declarações de Temer e Serra foram equivocadas porque há uma divisão política no país e contestação à legitimidade política do novo governo. Temer terá de conviver com a oposição de uma parcela significativa da sociedade.
A forma mais eficiente de enfrentar essa oposição é resolver a crise econômica e não atiçar a guerra política. As falas de Temer e Serra foram um presente para os líderes das manifestações, porque ajudaram a mobilizar a presença de um número expressivo de pessoas nas ruas e ficaram sem sentido diante do peso dos protestos.
Os organizadores estimaram em 100 mil os manifestantes anteontem em São Paulo. Não houve medição da Polícia Militar nem do Datafolha. Mas as imagens mostram que foi um protesto com muita gente. Para quem faz um discurso de pacificação do país, é preciso tratar com respeito manifestações contrárias. É do jogo democrático.

Em São Paulo, no final de um dia de protesto pacífico, houve confronto entre a PM e manifestantes. Mais uma vez, houve questionamento sobre a truculência policial. Excessos da PM só tendem a potencializar esses atos, como aconteceu em 2013.
Quem depreda patrimônio público ou privado está errado. Comete um crime. Mas é preciso que a atuação policial seja proporcional aos atos ilegais de manifestantes. Ontem, um repórter da BBC relatou que foi vítima de agressão policial. Se um jornalista fazendo o seu trabalho é tratado assim, dá para imaginar como são tratados os manifestantes.
Blog do Kennedy

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