sábado, 15 de outubro de 2016

Condenável, agressão a Cunha estimula barbárie

É lamentável que as pessoas queiram resolver divergências políticas com agressões físicas. Nesse contexto, é condenável a agressão sofrida pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha no feriado de 12 de outubro, no Rio. Ele foi perseguido por uma mulher no aeroporto Santos Dumont, quando empurrava um carrinho com bagagem.
Nas redes sociais, palco de agressões verbais e de ameaças de ataques físicos, houve gente que comemorou por considerar Eduardo Cunha um símbolo da corrupção. É um erro endossar esse tipo de comportamento, porque ele só estimula uma escalada que amanhã vitimará um aliado do agressor de hoje.
Pior: contamina o debate público com intolerância e obscurantismo. A civilização perde. A barbárie vence.
Os crimes eventualmente cometidos por Eduardo Cunha devem ser resolvidos de acordo com a letra da lei e não pela força dos punhos. Esses episódios de agressões físicas e verbais têm atingido mais figuras de esquerda, como a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o senador Lindberg Farias (PT-RJ) e o cantor Chico Buarque, entre outros exemplos.
Apoiar essas agressões ou comemorar quando elas são contra pessoas que pensam diferente não são caminhos civilizatórios. Atitudes assim precisam ser condenadas por todos que apreciam o valor do debate democrático.


Por mais que Eduardo Cunha tenha estimulado comportamentos radicais, até mesmo com tuítes de que poderiam continuar a esperá-lo no aeroporto, numa atitude desafiadora e contraproducente em relação a possíveis agressores, ele merece ter a sua integridade física respeitada e tem todo o direito de se defender na Justiça dentro das regras do Estado Democrático de Direito.
Blog do Kennedy

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