Talvez
o ano não termine antes do vazamento de mais algumas trapalhadas, com a
indicação de seus autores, pinçados das delações premiadas de 77
diretores e ex-diretores da Odebrecht. Não há sala blindada e trancada
no Supremo Tribunal Federal que consiga guardar todos os segredos das
acusações.
Conhecidos
agora ou em janeiro mais alguns personagens da roubalheira, a conclusão
é de que perto de 200 parlamentares andam sem dormir ou dormindo mal,
neste fim de ano. Nem todos que são objeto das delações premiadas
perderão o pescoço, mas o percentual incomoda. O dinheiro podre da
empreiteira movimentou o bolso de muita gente cuja menos contundente das
punições será devolver o dinheiro roubado. Pior acontecerá com os que
tiverem seu futuro interrompido, proibidos de candidatar-se em 2018. Uns
que pretendiam subir de patamar, candidatando-se a governador e até a
presidente da República, outros à reeleição.
De
um total de 513 deputados e 81 senadores, quantos serão processados e
perderão seus direitos políticos? Mais importante, quantos serão
rejeitados pelo eleitorado, mesmo conseguindo escapar da guilhotina?
Prenuncia-se
uma renovação forçada de parte do atual Congresso, sem a garantia de
que os eleitos cederão à tentação de enveredar pelo mesmo caminho do
atingidos. A ninguém será dado concluir que o país vai mudar
completamente, que a longa temporada de corrupção estará encerrada. O
ano em vias de começar não se livrará de malfeitos peculiares ao tempo
que passou. Mesmo assim, passos fundamentais terão sido dados, em
matéria de mudanças. 2017 será diferente de 2016. Mas 2018?
Por Carlos Brito
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