quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Cirurgia feita por Romário é experimental e não recomendada, dizem especialistas

Romário exibe novo corpo durante partida de futevôlei, na Praia da 
Barra da Tijuca Foto: Divulgação/Sandro Cardozo
Fazer a mesma cirurgia que o Baixinho, que vem aparecendo em fotos cada vez mais magro, só em último caso e olhe lá. Isso é o que dizem sociedades médicas sobre a interposição ileal realizada pelo ex-jogador e senador Romário (PSB-RJ) para conter a diabetes. A operação fez com que ele perdesse 10 quilos em 45 dias e é recomendada apenas para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) de 35 ou superior. Para quem tem menos que isso (a taxa de Romário era 31), a cirurgia ainda é considerada experimental. Nesse caso, o recomendado é que a doença seja tratada com medicamentos.

Márcio Mancini, diretor nacional da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, explica que a operação consiste em duas partes: um procedimento que faz aumentar a secreção de insulina no pâncreas e outro que reduz o estômago — esse último irreversível.
— É muito raro ter que reverter uma cirurgia bariátrica em virtude de o indivíduo perder peso demais. Mas só há estudos de reversão em casos com o IMC acima de 35 — diz Mancini.
Mário Carra, porta-voz da Sociedade Brasileira de Diabetes, diz que a operação pode provocar até desnutrição.
— A cirurgia se banalizou, mas é um procedimento que traz problemas. Os pacientes podem ter falta de vitaminas — afirma.

Remédios não surtiram efeito, diz médico

O cirurgião Áureo Ludovico de Paula, responsável por operar o Baixinho, diz que o senador tantou usar medicamentos de última geração e, mesmo assim, a doença contonuava fora de controle. Ludovico garante que a operação é segura, salvo riscos específicos de cada caso, e que nem todos os pacientes podem se submeter à cirurgia.
— Aproximadamente 85% a 90% dos pacientes atingem remissão do diabetes e níveis semelhantes de remissão do problema colesterol, hipertensão arterial e outros — diz Ludovico de Paula.
Segundo ele, a perda de peso já era prevista e é temporária, por causa da redução de estômago. Uma dieta especial com reposição de vitaminas e minerais no pós-operatório tembém é feita por tempo determinado e a reversão da operação, que só pode ser feita parcialmente, implicaria no retorno do diabetes. Ludovico também operou o apresentador da TV Globo Fausto Silva em 2009, mas disse que as operações não são a mesma coisa.
O EXTRA tentou contato com o senador Romário, mas não obteve retorno.

Por Jornal Extra Online



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