terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Inação do Estado: facções crescem 6 vezes em 2 anos

Um conjunto de falhas nos mais diversos níveis do Estado brasileiro está no percurso que fez com que o número de membros de facções criminosas se multiplicasse por seis em Roraima em apenas dois anos. Em 2014, quando o Ministério Público apresentou uma megadenúncia contra supostos membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) eram 96 detentos identificados como representantes do crime organizado, todos dessa facção. Das outras não havia registros relevantes.

O último levantamento feito em dezembro do ano passado aponta que são quase 600, de acordo com o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Roraima, um dos braços do Ministério Público do Estado. As facções estão divididas assim: 400 criminosos foram identificados como do PCC, 100 do Comando Vermelho e 60 da Família do Norte. O número total é o equivalente a 37% de todo o contingente da Polícia Militar no Estado..
Nos últimos dois anos, o governo roraimense usava a política de negar a presença das lideranças das facções em seus presídios, mesmo diante de uma série de interceptações telefônicas e de crimes que demonstravam o contrário. Esses delitos, aliás, resultaram na transferência de 20 presos para penitenciárias federais em 2016.
O reflexo imediato dessa guerra entre bandidos foi o massacre que vitimou 33 detentos no último dia 6 de janeiro na PAMC, o assassinato de três policiais nos últimos dois meses e os incansáveis alertas dados quase que diariamente de que as cadeias de Boa Vista terão rebeliões.

 El País - Afonso Benites

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