terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Lava Jato: Cármen Lúcia ouve colegas e cogita autorizar auxiliares de Teori a trabalharem em delação

A ministra Cármen Lúcia, presidente do STF Nelson Jr./06.06.2013/STF
 colegas e pessoas ligadas à Justiça brasileira, nesta terça-feira (24), para decidir como distribuir o processo da Lava Jato, que estava com o ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo na semana passada. A ministra também cogita autorizar auxiliares de Teori  a trabalharem a coleta das delações da Odebrecht.
O presidente Michel Temer anunciou que só anunciará o nome do novo ministro que vai compor a Corte após a definição do Supremo sobre o novo relator da investigação sobre a Petrobras.
A tendência é que a relatoria fique com um dos ministros da mesma turma de Teori, a Segunda Turma da Corte, da qual fazem parte Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowiski, Dias Toffoli e Celso de Mello.
Na segunda-feira (23), Cármen ouviu alguns colegas e se reuniu com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Oficialmente Janot foi apenas "prestar condolências" à presidente da Corte.

Delações

Cármen avalia ainda a possibilidade de autorizar que a equipe de juízes auxiliares que recebeu delegação de Teori para trabalhar nas delações durante o recesso continue esse processo durante a próxima semana.
Estavam previstas para essa semana audiências dos juízes com os 77 delatores da empreiteira, para confirmar se os acordos com o Ministério Público foram fechados de forma espontânea.
Com a morte do ministro, o trabalho dos juízes auxiliares e dos funcionários com os documentos da Odebrecht foi suspenso, já que eles executavam as tarefas com autorização delegada por Teori. Após o acidente, a delegação para executar os trabalhos cessou, o que impede a continuidade da análise.
Em função do período de recesso na Corte, que termina na semana que vem, Cármen Lúcia poderá conceder uma autorização temporária para que os servidores voltem a atuar nos processos da Lava Jato. No entanto, não há previsão sobre quando a medida será tomada.

Além de resolver a questão emergencial sobre a retomada do andamento da Lava Jato, a presidente do STF precisa decidir sobre a redistribuição das ações a outro integrante da Corte. No entanto, ainda há dúvidas se a distribuição será feita entre todos os integrantes do STF ou somente entre os ministros da Segunda Turma, colegiado do qual Teori fazia parte. O regimento interno do Supremo autoriza as duas possibilidades.
A expectativa é de que Cármen tome decisões sobre o assunto - tanto sobre a continuidade das audiências no caso da delação da Odebrecht como sobre o futuro da Lava Jato - nos próximos dias.
 
Sétimo dia
Ainda não é certo se a ministra comparecerá à missa de sétimo dia de Teori, que será realizada nesta quarta-feira (25) em Porto Alegre (RS), a pedido da família do ministro.
A ministra decidiu dispensar a tradicional sessão solene de abertura de trabalhos do Judiciário no ano, que ocorre no dia 1º de fevereiro. Em razão da morte de Teori, haverá apenas a realização de homenagens na primeira sessão plenária de 2017.

Do R7.com

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