"A mulher deve obedecer e ser submissa ao marido".
"O casamento de dois homens ou duas mulheres é tão antinatural quanto uma mulher casar com um cachorro".
"Casais homoafetivos não devem ter os mesmos direitos dos heterossexuais; isso deturpa o conceito de família".
É
este o pensamento de um dos candidatos do presidente Michel Temer para a
vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) aberta com a morte do ministro
Teori Zavascki.
As
frases constam de um artigo de Ives Gandra Martins Filho, presidente do
TST (Tribunal Superior do Trabalho) e filho de um amigo de Temer de 40
anos, o advogado Ives Gandra Martins.
O
artigo faz parte do livro "Tratado de Direito Constitucional" (2012),
coletânea organizada pelo ministro do Supremo Gilmar Mendes, por Ives
Gandra pai e pelo advogado Carlos Valder.
Martins
Filho, que escreve sobre direitos fundamentais no artigo, diz no texto
ser contra decisões do Supremo como o reconhecimento da união
homoafetiva, a liberação das células-tronco embrionárias para pesquisa e
a permissão para destruir embriões humanos em pesquisas.
É também contrário ao aborto, ao divórcio e à distribuição de pílulas anticoncepcionais em hospitais públicos.
Tal como o pai, Martins Filho integra a Opus Dei, organização católica ultraconservadora, e diz ser celibatário.
Por
trás de todas as posições expressas no artigo estão duas bandeiras da
Opus Dei: o ataque ao aborto em qualquer situação e a defesa da ideia de
que só existe família na união de um homem e de uma mulher.
"Sendo
o direito à vida o mais básico e fundamental dos direitos humanos, não
pode ser relativizado em prol de valores e direitos", escreve Martins
Filho. "Sem vida não há qualquer outro direito a ser resguardado".
Decorre
da ideia de que a família é célula mais importante da sociedade a
crítica do ministro do TST à união homoafetiva na forma de casamento,
considerada por ele como "antinatural".
Folha de .Paulo - Mario Cesar Carvalho
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