terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Falta de vagas em cemitérios faz corpos acumularem no IML de Maceió

IML cobra da prefeitura de Maceió vagas para enterrar corpos de indigentes (Foto: Waldson Costa/G1)
A falta de vagas nos cemitérios de Maceió está provocando um acúmulo de corpos de indigentes no Instituto Médico Legal (IML). De acordo com o Ministério Público Estadual (MP), são 42 corpos aguardando enterro no instituto.

O problema vai ser discutido nesta terça-feira (21), em uma reunião convocada pelo MP e que vai contar também com a Perícia Oficial e prefeitura.

Segundo a Perícia, o problema é antigo. Há dois anos o órgão cobra vagas nos cemitérios para enterrar os indigentes, mas a prefeitura está liberando apenas 10 vagas por mês, o que é considerado insuficiente para atender à demanda.


Como os enterros não acontecem, os corpos dos indigentes e de outras pessoas que as famílias não foram buscar se acumulam no IML. Alguns deles foram deixados no chão, pela falta de gavetas para armazená-los

O perito oficial Manoel Melo Filho afirma que uma das soluções sugeridas seria a disponibilização de um perito médico-legista do IML para realizar a exumação administrativa de transferência da cova para os ossuários dos cemitérios.

Esse procedimento, no entanto, ainda não teve início, já que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semds) ainda não providenciou um calendário para a realização do serviço. A prefeitura, por sua vez, também não construiu os locais que receberão os restos mortais dos indigentes exumados.

“O IML não dispõe de cemitério próprio para enterrar os indigentes. A responsabilidade de disponibilizar vagas é da prefeitura. Há vários anos não se constrói um cemitério público na capital. Atualmente, até aquelas pessoas que morrem de morte natural cuja família não possui sepultura, não possuem muitos espaços disponíveis”, diz Melo Filho.

A Perícia afirma também estar aguardando a conclusão do novo IML, no bairro do Tabuleiro, prevista para o segundo semestre. O mobiliário para o novo prédio já está sendo adquirido. O local vai contar com duas câmaras frigoríficas.


intervenção do MP
Diante desse impasse, a direção do IML de Maceió pediu ao MP que intervenha no assunto, realizando uma audiência com a Semds.


A reunião desta terça foi convocada pela Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos, e vai ser comandada pela promotora Hylza Paiva Torres.

Do G1 AL


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