Nuno Cobra está com 79 anos (Foto: R7)
Denunciado pelo crime de violação sexual contra uma mulher durante um voo em 2015 entre Curitiba e São Paulo, Nuno Cobra, ex-preparador físico de Ayrton Senna, foi preso preventivamente nesta segunda-feira (11) por ordem da juíza Raecler Baldresca, da 3.ª Vara Federal Criminal.
Segundo o relato da vítima, que não teve seu nome divulgado (R.S.C), Cobra sentou-se ao lado dela no avião e começou a conversar dizendo que trabalhava com o corpo e manipulação de energias. Durante a decolagem, tocou os seios, o rosto e as pernas da mulher em "várias ocasiões". Ele teria trocado de assento com outro passageiro, que o reconheceu como sendo o ex-preparador físico de Senna, para poder aproximar-se da mulher.
A juíza Raecler Baldresca condenou Nuno Cobra a três anos e nove meses de prisão em regime inicial aberto e substituiu a pena para prestação de serviços à comunidade e à prestação pecuniária – pagamento mensal de um salário mínimo a entidade pública ou privada.
"A prova dos autos é plena no sentido de que o acusado tocou na vítima sem o seu consentimento, reiterada vezes, aproveitando-se do momento da decolagem da aeronave em que se encontravam", escreveu a magistrada. "Mais que isso, os elementos dos autos apontam a inequívoca intenção de se aproximar da vítima com essa finalidade, tanto que trocou de assento com outro passageiro para sentar-se ao seu lado e alcançar seu propósito, valendo-se também do fato de se tratar de preparador físico para ardilosamente justificar seus toques".
Procurado pelo R7, o advogado de Nuno, Sergei Cobra, estava em audiência e não retornou o contato da reportagem. De acordo com os autos, o ex-preparador físico de Ayrton Senna negou as acusações e salientou que "a tese acusatória da prática de atos libidinosos está arrimada apenas no depoimento da vítima".
Nuno Cobra ganhou destaque no mundo esportivo pelo trabalho realizado com Ayrton Senna nos anos 1980. O tricampeão de Fórmula 1 foi um dos primeiros pilotos do automobilismo a cuidar do preparo físico com uma rotina intensa de treinamentos.
Segundo caso
No último dia 5 de setembro, uma jornalista compareceu ao Ministério Público Federal (MPF) e afirmou que alguns dias antes também foi vítima de atos libidinosos por parte de Nuno Cobra, após ter sido entrevistado por ela, inclusive com outros jornalistas presentes no local. Diante disso o MPF requereu sua prisão preventiva, que foi prontamente deferida pela juíza.
"Não tenho a menor dúvida de que a segregação cautelar do acusado é medida de urgência e está amparada pela lei processual penal como forma de impedir que continue a delinquir. Observo, ainda, que as medidas cautelares alternativas à prisão [...] não são suficientes para garantir a interrupção da continuidade delitiva praticada pelo acusado e resguardar a ordem pública turbada pela reiteração criminosa", conclui a magistrada Raecler Baldresca.
Por R7.com
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