O Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em Xique-Xique, na Bahia, realizou recentemente a primeira desova de pacamã – espécie de peixe nativa do rio São Francisco. A ação foi possível após a construção de novos tanques adequados ao acasalamento da espécie.
Os tanques foram construídos durante a reforma e ampliação das instalações do centro, que começou em 2016. As obras também contemplaram a construção de novos laboratórios, auditório e alojamentos; impermeabilização, recuperação dos sistemas de abastecimento e drenagem; reforma do prédio administrativo, entre outros serviços.
“Com a reforma e ampliação, o centro poderá elevar as ações de recuperação e preservação da ictiofauna nativa do rio são Francisco, principalmente no tocante ao aumento da produção de alevinos e do número das espécies reproduzidas, bem como no apoio aos pescadores, aquicultores e à pesquisa”, explica o chefe do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Xique-Xique, Antônio do Nascimento.
A partir de agora, será possível estender para a região do Médio São Francisco baiano as ações de preservação da espécie. “O rio São Francisco está passando por uma grave crise hídrica, principalmente, devido à irregularidade das chuvas nos últimos anos. Essa situação, somada a outros problemas, impacta severamente nas espécies nativas. A ictiofauna do São Francisco é um recurso imensurável para população que dela depende, e a redução dos estoques pesqueiros vem afetando diretamente o modo de vida do ribeirinho. Por isso, as ações dos centros integrados da Codevasf são de singular importância não somente em termos ambientais, mas também para a socioeconomia dos moradores da bacia”, ressalta Antônio do Nascimento.
A tecnologia reprodutiva do pacamã já está sendo desenvolvida por outros centros integrados da Codevasf como o de Três Marias, em Minas Gerais; Bebedouro, em Petrolina (PE); e Itiúba, em Porto Real do Colégio (AL).
Sobre o pacamã
Dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) revelam que o pacamã é uma espécie que apresenta vulnerabilidade de extinção. Por esse motivo, vários estudos têm sido realizados com o objetivo de desenvolver a reprodução, larvicultura e alevinagem da espécie, objetivando principalmente os programas de repovoamento, cujos resultados têm sido positivos.
“O pacamã é um peixe endêmico da bacia do Rio São Francisco, também conhecido como pacamão, linguado do São Francisco, niquim, entre outros nomes. Essa espécie é de grande interesse da pesca artesanal, e está totalmente inserida na cultura alimentar da população ribeirinha, principalmente devido ao sabor agradável da carne e pela ausência de espinhos intramusculares”, diz Antônio do Nascimento.
Mais informações: http://www.codevasf.gov.br
(Ascom)
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