Ninho do Pássaro - Foto: Tony Xavier
O MENINO E OS PÁSSAROS
Tony Xavier - O Poeta do povo
Às vezes, as nossas vidas
São marcadas por momentos
Algumas por alegrias
E outras por sofrimentos.
E pra não vir o pior,
Procure fazer melhor,
Pra não virar um tormento.
Uma história impressionante
Aconteceu no Sertão,
Que teve grande destaque
Lá naquela região.
E quis assim o destino,
Que fosse com um menino,
Na fazenda São João.
A Fazenda pertencente
Ao senhor Pedro Maria
Um cidadão renomado
Cheio de muita alegria.
Um homem leal e sério,
Que construiu um Império,
No estado da Bahia.
Pai de dois lindos garotos
João Pedro e Chiquinho,
O primeiro estudioso
O outro nem um pouquinho.
Enquanto João estudava,
O outro se preocupava,
Só em caçar passarinhos.
Quando o dia amanhecia
Chiquinho já se mandava,
Sempre com seu estilingue
Que dele não desgrudava.
Entrava de mata a dentro,
Enfrentado fortes ventos,
E, às vezes a chuvarada.
Com apenas onze anos,
E desejos diferentes,
Chiquinho não respeitava
O que tinha pela frente.
Às vezes, na noite escura,
Ele fazia loucuras
E se sentia contente.
Saía quebrando lâmpadas
Das casas da região,
Com balas de estilingue
Atirava no portão.
O seu pai, Pedro Maria,
Era um homem que sofria,
Com a tal situação.
Conselho era perdido,
Ele não lhe obedecia,
Quando era de manhã,
Novamente já saía,
Ligeiro como um gato,
Se embrenhava no mato,
Pra fazer estrepolia.
Matava os passarinhos
Que tinha na região,
Rolinhas e periquitos,
Bem-te-vi e Azulão.
E tudo o quanto fazia,
Era com muita alegria,
Sem a menor compaixão.
Canários e até codornas,
Sabiás e beija-flor,
Não deixava escapar,
Ele não tinha amor.
Era mesmo desalmado,
Um menino tão malvado
Que até causava horror!
Conselhos não limitavam,
Não obedecia aos pais,
Quanto mais eles pediam,
É que fazia bem mais.
Com apenas onze anos,
Era um menino tirano,
Que matava os animais.
Porém, em um desses dias,
Algo estranho aconteceu.
Ele saiu muito cedo,
Assim que amanheceu.
O dia então foi caindo,
A noite assim foi surgindo,
E ele não apareceu!
Começava uma angústia
Aos pais daquele menino
Que não voltou para casa,
Depois que o Sol foi caindo.
Ninguém sabia o segredo,
Desespero e muito medo,
Tudo enfim, ia surgindo.
Os pais então apelaram
Para o Corpo de Bombeiros
Que seguiram procurando,
Em busca de um paradeiro.
Todos cheios de emoção,
Angústias, apreensão,
Tristezas e desesperos.
Depois de horas de buscas
Mudava a situação,
Em um rochedo encontraram,
Seu estilingue no chão.
Bombeiros então seguiam,
Para ver se descobriam,
O mistério, a razão.
Seguiram, então, seus rastros
No meio dos matagais,
Entre pedras e espinhos
E esturros de animais.
Mas sempre pensando forte,
E a Deus pedindo sorte,
Para acalmar os seus pais.
A missão era difícil
Mas ao chegar numa gruta,
O cantar dos passarinhos,
Parecia uma disputa.
Ali já era um sinal
Que naquele matagal
Tinha uma força oculta.
O cantar dos passarinhos
Era um sinal aos bombeiros,
Que o garoto ali estava,
Em um grande desespero.
Eles se aproximaram
E depressa atacaram,
Como um gato, ligeiro.
Em cima de uma árvore
O garoto acuado,
Por duas onças infesadas,
Que estavam agitadas.
Mesmo com experiência,
Precisou de paciência
E os bombeiros preocupados.
Mas dominaram os bichos
Com armas especiais,
Libertando o garoto,
Das garras dos animais.
Que passou por maus momentos,
De aflições e tormentos,
No meio dos matagais.
Devolveram aos seus pais
Em clima de emoção,
Apesar do grande susto,
Resolveram a questão.
Foram dias de torturas,
No meio da mata escura,
Nas caatingas do sertão.
Chiquinho voltou pra casa
Mas as lições aprendeu,
Tudo o quanto fez de errado,
Ele se arrependeu.
Chorando disse aos seus pais
Que não quer lembrar jamais
De tudo que aconteceu!
O tal menino perverso
Que passarinhos matou,
Que maltratava animais,
E que lâmpadas quebrou.
Hoje está bem diferente,
É um garoto decente,
A Natureza ensinou.
Perdido no matagal
Na noite escura e sozinho,
Passou momentos difíceis,
Entre galhos e espinhos.
E a quem tanto maltratou,
Foi também quem lhe salvou,
Os amigos passarinhos.
O mundo sempre ensina
Quem pratica algo errado,
Quem erra sempre esquece
Do ato mal praticado.
E vindo da Natureza
Você vai ter a certeza,
Deus está sempre lembrado.
É nos tempos de crianças
Que devemos entender,
Nosso mundo é um livro,
Que sempre devemos ler.
Estude para ser culto,
Seja jovem ou adulto,
Nunca deixe de aprender.
Então ame a natureza
Não procure destruir,
Aquilo que Deus criou,
Temos que deixar seguir.
Nascemos para viver
E só Deus tem o poder
Vamos todos refletir.
FIM
Autor: Tony Xavier, O Poeta do povo
Blog Petrolândia em Foco
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