O banqueiro José Augusto Ferreira dos Santos, ex-controlador do Banco BVA, contou em depoimento à Polícia Federal que se apossou de R$ 2,5 milhões enviados pela Andrade Gutierrez ao senador Romero Jucá (MDB-RR) como suposta propina. O parlamentar é líder do governo Temer na Casa e preside a sigla.
Investigadores suspeitam que o banqueiro queira eximir o senador do recebimento de vantagem indevida. Santos, que não é delator, depôs em dezembro no inquérito que tramita no STF para investigar o senador, depois que dois delatores da Andrade disseram que ele foi o intermediário de propina paga a Jucá em torno de obras da hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia.
O banqueiro confirmou que a Andrade o procurou porque queria fazer pagamentos à campanha eleitoral de Jucá em 2010 sem que o nome da empreiteira aparecesse. Segundo sua expressão, a empreiteira precisava "valer-se de terceiros".
O banqueiro disse que indicou duas empresas para receber os valores, a Cia Ibatiba de Consultores, controlada por ele, e a Probank Consultores, controlada por um sócio. Ele reconheceu que os contratos "de consultoria" assinados entre as duas empresas e a Andrade eram fictícios, "serviriam apenas para justificar o fluxo financeiro necessário às doações, ou seja, não teriam a efetiva prestação de serviços".
(Folha de S.Paulo – Rubens Valente e Reynaldo Turollo JR)
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