Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), sinalizou na manhã desta quinta-feira (8) em entrevista à Rádio Eldorado, que se o governo conseguir aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara dos Deputados, a tramitação do projeto poderá não ser tão fácil assim no Senado Federal. Eunício evitou falar em prazo, apesar de o governo querer a proposta aprovada o mais rápido possível, e não garantiu que, se Temer conseguir os 308 votos necessários para a medida avançar na Câmara, ela poderia ser aprovada no Senado antes das eleições gerais de outubro deste ano.
O senador fez questão de frisar que o parlamento brasileiro é bicameral e, portanto, uma Casa não tem necessariamente que aprovar a toque de caixa o que a outra deliberar. E falou de uma reclamação comum de seus pares, que têm de lidar com matérias que chegam da Câmara com várias emendas. "Se a reforma da Previdência tiver emenda e chegar ao Senado, volta para a Câmara", exemplificou, emendando: "Não significa que se a Câmara resolver, Senado tem de resolver no dia seguinte." E lembrou que a Câmara está há anos discutindo a reforma previdenciária e outros temas que não avançam.
Apesar das dificuldades com a reforma da Previdência, o presidente do Senado diz que essa é uma iniciativa que tem de sair, até mesmo para dar uma resposta à sociedade brasileira. Mas, voltou às críticas dizendo que a área econômica enviou a proposta ao Congresso Nacional com mais de "200 penduricalhos" e as negociações já se arrastam por muito tempo. E destacou que a maneira dela ter uma tramitação mais fácil na Casa, desde que passe pela Câmara, é se o projeto acabar com os privilégios e não retirar os direitos já adquiridos dos menos favorecidos.
Na entrevista à Eldorado, Eunício falou da importância em se dar prioridade no parlamento à pauta da segurança pública. "Quando o Congresso decide fazer as coisas, faz", destacou, dizendo que já foram aprovadas medidas importantes na volta do recesso, como a obrigatoriedade de uso de bloqueadores de celulares nos presídios.
Por: AE
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