© Reprodução / Arquivo pessoal
O sondador Lieuzo Luiz dos Santos, de 55 anos, é um dos sobreviventes da tragédia após o rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho, que deixou centenas de mortos e desaparecidos.
No dia 25 de janeiro, ele estava trabalhando na parte de cima da barragem, com mais quatro colegas de uma empresa terceirizada que presta serviços para a mineradora Vale.
Segundo contou ao G1, Lieuzo ficou assustado ao ver o gado correndo na parte de baixo da barragem da Mina do Córrego do Feijão, segundos antes do local ceder.
“Quando vi só foi o gramado abrindo, estourando, igual um vulcão, com o preto do rejeito. Deu a explosão e nós fomos para baixo. Não sei quantos metros nós descemos. Sorte que não tinha mais terra para cair em cima de mim... teve uma hora que passei igual num funil de terra... me apertou forte... falei, morri”, relata Lieuzo.
Ele relatou ao G1 como conseguiu sobreviver. “Desci igual uma bola rolando no meio das coisas. Caí fora do rejeito molhado, caí no seco, só minha perna que estava soterrada, aí fiquei cavando com a mão até tirar a minha perna”, explica.
Lieuzo disse que lembra da movimentação de helicópteros. Ele sentia muita dor na perna e gritava por socorro. “Eu acenava e ninguém me via. Na parte da tarde apareceu um [helicóptero] pertinho. Eu acenei e o piloto não viu”.