Carne de frango Foto: Arquivo/Agência Brasil
A alta do preço da carne de boi nos últimos meses tem animado os produtores de outros tipos de proteína, como de suínos e aves. De setembro a dezembro, na região de São Paulo, os preços subiram 32% no caso da carne de porco e quase 20% no do frango.
Porém, apesar de ter pesado no bolso de quem compra, os criadores pouco sentiram os ganhos na ponta. "O que a gente está sentindo agora é uma recuperação do poder de compra, ou seja, o mercado saiu da inércia, mas não que seja algo grande", aponta Elias Zydek, diretor-executivo da Frimesa, cooperativa paranaense que atua no mercado de carne suína, leite e derivados.
Ele ressalta que os ganhos também entraram como forma de compensar perdas anteriores, já que os preços desse tipo de produto pouco variaram nos últimos anos.
A dinâmica diferenciada de cada cadeia produtiva explica parte do fenômeno. Enquanto produtores de frangos e suínos estão, na maioria, organizados de forma integrada, o mercado independente domina a venda da carne bovina.
"A cadeia do boi oscila muito mais porque quem faz o mercado é o próprio produtor. Ele é quem oferta", explica Zydek. O criador de frangos em São Miguel do Iguaçu, oeste do Paraná, Diogo Sezar de Mattia comercializa a produção com uma cooperativa da região. Ele suporta as variações de preços em tempos de alta, mas também tem os recebimentos garantidos em épocas de crise.