segunda-feira, 27 de abril de 2020

Moro terá que se defender no STF em caso que pode beneficiar Lula

© Reuters
Fora do governo, será no STF (Supremo Tribunal Federal) que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro terá de enfrentar uma das principais batalhas em defesa de sua biografia.

Moro aguarda o julgamento pela corte superior de um processo em que é acusado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter atuado de forma parcial nas causas contra o petista, quando era o juiz federal da Lava Jato em Curitiba.

Na turma julgadora do STF está o ministro Gilmar Medes, um dos principais críticos do trabalho de Moro na condução da investigação do caso de corrupção em torno da Petrobras.

Esse julgamento no Supremo também trará à tona as mensagens obtidas pelo The Intercept Brasil e divulgadas pelo site e por outros órgãos de imprensa que expuseram a proximidade entre o então juiz federal e os procuradores da Lava Jato.

Na última sexta-feira (24), Moro decidiu sair do ministério após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter exonerado o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado ao cargo pelo agora ex-ministro do governo.

Em pronunciamento, Moro acusou Bolsonaro de querer ter acesso a informações confidenciais de inteligência da PF e criticou a insistência do presidente para a troca do comando do órgão.

Bolsonaro, em resposta, disse que Moro pediu para que a troca do comando da PF ocorresse em novembro, depois de o ex-juiz ser indicado a uma vaga no STF. O ex-ministro negou essa acusação.

A troca de acusações entre Bolsonaro e Moro deverá agora ser alvo de investigação pelo Supremo, após pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.Há ali acusações sobre uma série de crimes, como as circunstâncias em que o presidente tentou interferir na Polícia Federal, como também a oportunidade para entender por que Moro silenciou por tanto tempo diante dos abusos de Bolsonaro.

E é justamente no STF que o ex-juiz da Lava Jato sofreu suas principais derrotas em 2019. A decisão da corte de que réus que não são delatores devem se manifestar por último, antes do julgamento das ações, levou à anulação de sentenças da operação que não observaram essa ordem
Por Folhapress

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