segunda-feira, 27 de julho de 2020

Comemorações do dia dos Avós Dia dos Avós

Geraldo e Maria Luiza Lôbo com os netos Guilherme, de 3 anos, e Heitor, de 6. (Foto: Arquivo Pessoal)

Sem abraços, brincadeiras, casa cheia ou mesas repletas de bolos dos mais variados sabores. Para grande parte dos netos, casa de avô ou avó é sinônimo de liberdade, de carinho e muitos docinhos. Mas esse ano, com a pandemia do novo coronavírus, a comemoração do Dia dos Avós ganhou outro significado. A distância, as máscaras e as chamadas de vídeo se mostraram a maior demonstração de amor, símbolos de proteção àqueles que fazem parte do grupo de risco.

Para os avós de Heitor, de 6 anos e Guilherme, de 3, Maria Luiza e Geraldo Lôbo, celebrar o dia foi um misto de alegria com tristeza. "Eu queria estar com meus netos, poder comemorar melhor e aproveitar mais o dia, abraçando, beijando, como eu sempre faço", diz Maria Luiza, emocionada. "Pelo menos pude estar presente, e o mais importante, estão todos muito saudáveis. A distância deixa a gente triste, mas eu não tenho o que reclamar não", completa. 

Os pequenos foram até a casa dos avós acompanhados da mãe, Débora Lôbo, para uma visita rápida, diferente do que costumavam fazer todos os domingos antes da pandemia. "A gente estava acostumado a estar sempre junto e isso tudo mudou", ressalta Geraldo, de 63 anos. Além dos fins de semana, os avós também dividiam a rotina com os netos, auxiliando nas idas e vindas do judô, da natação ou nas brincadeiras com os colegas na área de lazer do prédio. "Era o nosso dia a dia. Sair do trabalho e ir direto encontrar com eles, tudo que a gente podia fazer para ajudar a gente fazia, mas isso acabou de uma hora para outra", se queixa o avô.

Para aliviar o peso da distância, eles conversam todos os dias por chamada de vídeo. Mas o momento mais aguardado é a volta a normalidade. "Eu já disse a minha filha, eles vão passar uma semana aqui em casa direto com a gente, para a gente matar bem muita a saudade. Vamos sair para passear na rua e fazer tudo que eles quiserem e compensar todo o tempo que estivemos sem eles”, adianta a vovó Luiza, de 62 anos.

Avó de seis netos, Josete Moreira também sentiu pela distância na comemoração da data. Acostumada em recebê-los em sua casa, sempre com as comidas preferidas de cada um, celebrou um Dia dos Avós acompanhada da neta Maria Gabriela, de 18 anos, que mora com ela. "O dia foi bom, mas muito diferente do que queria que tivesse sido. Depois dessa pandemia tudo mudou muito. Nos outros anos tinha a presença de todos os meus netos e esse ano só uma pôde estar presente, mas ainda bem que tenho ela comigo porque é muito querida", afirma Josete, 81 anos.

À distância, todos os netos se reuniram e fizeram uma fotomontagem para homenageá-la. "Mandaram uma foto belíssima que mexeu muito comigo aqui nessa quarentena, me emocionei muito. Adoro meus netos e tenho sentido muita falta deles, são todos especiais", lembra a vovó. A chamada de vídeo também foi um recurso que serviu de alento nesta data. "Amenizou muito ter falado numa videochamada porque vi a carinha deles. Saudades são muitas, mas acredito que breve, muito breve, poderei abraçá-los", torce.

Diário de Pernambuco/Por Juliana Aguiar

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