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Morreu nesta quarta-feira (22) o presidente do conselho de administração da Klabin, Armando Klabin, aos 89 anos.
"Dr. Armando foi um homem de vanguarda, inesgotável capacidade de trabalho, era um apaixonado pela Klabin, pelo meio ambiente e pelo Brasil. Deixa grande legado e fonte de inspiração para as novas gerações", informou a empresa em comunicado ao mercado.
Formado em engenharia pela Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Armando era sócio-gerente da Klabin Irmãos & Cia, holding do grupo.
A Klabin foi criada em 1899 por três irmãos lituanos -Maurício, Salomão e Hessel Klabin- e por um amigo em comum, Miguel Lafer.
"O pai de Armando, Wolff Klabin, era um dos primos mais novos dos fundadores e veio mais tarde", disse à reportagem Roberto Klabin, 66 anos, acionista minoritário da fabricante de papel e celulose e descendente do ramo de Salomão.
"Armando era o ancião da Klabin, pertenceu ao grupo que fez essa transição entre a geração dos fundadores e os atuais controladores da companhia", diz Roberto. "Ele tinha ótimo trânsito entre os diferentes grupos familiares e mantinha um excelente relacionamento com os executivos", afirma o empresário, fundador da SOS Mata Atlântica e da SOS Pantanal, organizações não governamentais ligadas à defesa ambiental.
O pai de Roberto, Samuel Klabin, foi um dos responsáveis por determinar o afastamento, no final dos anos 1970, dos membros da família das funções executivas da empresa, reservando a eles assentos no conselho da companhia -medida de governança que se mantém até hoje.
Armando foi membro do conselho de administração da empresa desde a sua criação, em 1979, e presidiu por diversas vezes o colegiado, que hoje conta com 13 membros, sendo seis independentes.
Na opinião de Roberto, Armando foi de uma geração que construiu e ajudou a preservar o nome da companhia familiar.
"Em nome da Klabin, os seus diretores e membros do conselho de administração manifestam seus sinceros sentimentos à família e sua enorme gratidão pelo exemplo de liderança, profissionalismo, empreendedorismo, imensurável compromisso e dedicação com a Klabin, com o Brasil e o seu futuro", disse a companhia.
A empresa informou que um novo presidente do conselho de administração ainda será eleito.
Em nota, o presidente da companhia, Cristiano Teixeira, afirmou que Armando era reconhecido pela sua visão estratégica e de futuro. "No início dos anos 2000, impulsionou a Klabin a focar no ramo de embalagens, sendo hoje uma das maiores do mundo, com modelo de negócio integrado, único e referência em sustentabilidade", disse.
"Armando foi um destes capitães de indústria que tinha na Klabin a extensão de sua própria família. São figuras icônicas que nosso mundo de negócios não fabrica mais. Deixa um belo legado de empresário humanista", disse Horácio Lafer Piv, membro do conselho da empresa.
A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), por meio do seu presidente em exercício, Luiz Césio Caetano, afirmou que o executivo era um "empresário visionário", que deixou um "legado de comprometimento com a construção de um futuro renovável". Armando era membro do Conselho de Representantes da Firjan e foi vice-presidente da federação.
Com 24 fábricas no Brasil e uma na Argentina, a Klabin é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do país e líder na produção de embalagens de papel. Soma 25 mil colaboradores. Em 2020, registrou receita líquida de R$ 11,9 bilhões.
Armando deixa a esposa Rosa Lisboa, com quem foi casado por 50 anos, os filhos Wolff, Daniela, José e Bernardo, além de 11 netos. Por Folhapress.
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