A exoneração e a prisão do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) coronel Fabio Augusto Vieira causou comoção entre os oficiais da polícia. Conforme apurou Oeste, a corporação não esperava que tal ato poderia ocorrer. “O comandante era bem próximo da tropa. Era referência”, relatou um policial (que não quis se identificar) à coluna. “Os agentes têm se manifestado de forma recorrente nas redes sociais.”
O militar era o responsável pelo comando da corporação no domingo 8, quando manifestantes invadiram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, num ato que degenerou em cenas lamentáveis de vandalismo.
Na segunda-feira 9, Vieira foi afastado do cargo pelo interventor federal de segurança pública do DF, Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça. Na terça-feira 10, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a prisão do ex-comandante. Durante os atos de vandalismo na Esplanada, Vieira ficou ferido. O governo federal, integrantes da Polícia Federal e do Poder Judiciário acreditam que a PM-DF têm responsabilidade pela invasão do local.
“No dia da invasão, não havia efetivo suficiente destinado para o local”, disse o agente. “Quem errou? Só a apuração para dizer. E mesmo que tenha sido a PM, pode ter sido erro de planejamento — e não má-fé. Sem contar que cada um dos Três Poderes ainda têm suas guardas. A PM seria para cobrir a necessidade.”
Conforme o policial, mesmo tendo a certeza da injustiça cometida contra Vieira, a tropa tem receio de manifestar insatisfação. “O comandante está sendo usado para mostrar que a mão vai pesar sobre qualquer um das forças de segurança”, explicou. “A prisão está virando regra. Sem direito ao contraditório e à ampla defesa. Isso é ilegal. Tudo é motivo para prisão. Não tem mais divisão dos poderes. Está tudo em uma única mão.”
O policial reconhece que, no dia da invasão, houve falta de comunicação entre os órgãos responsáveis pela segurança no DF — a Força Nacional estava designada para auxiliar. “A secretaria de segurança havia garantido para o governador Ibaneis Rocha que estava tudo tranquilo e que o planejamento seria suficiente”, declarou. “A PM não hesitou em agir, mas faltou efetivo.” Além da prisão do ex-comandante, Moraes determinou a prisão do ex-ministro Anderson Torres, ex-secretário da Segurança Pública do DF. Via Blog Didi Galvão.
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