O tempo é passageiro
E faz crescer á saudade
Que Bate dentro do peito
E faz doer de verdade
O tempo vai na carreira,
Deixando só a poeira,
Que no meu coração arde
Relembro da Boa Vista
Do lugar onde morei
Humilde e aconchegante
Por ela me apaixonei
A dor no meu peito invade,
Quando lembro com saudade,
De tudo que lá deixei.
Boa Vista tão querida,
Que o tempo fez nascer
Tantos anos se passaram
E lá eu pude viver
Mas hoje ela não existe,
Ao lembrar eu fico triste,
A saudade faz sofrer
Os mais pequenos detalhes
Eu não consigo esquecer
Amigos e tudo mais,
Lembrando sei reviver
O tempo é uma história,
Guardado em minha memória,
Que comigo vai morrer!
Ás lágrimas não se contem
E á mim faz desafio
Cada vez que eu me lembro
Daqueles banhos de rio,
Eu fico imaginando,
Quando eu estava brincando,
Com meu lindo currupio!
Brincando com meu pinhão
Ficava o tempo inteiro
Debaixo das algarobas
Bem ao lado do terreiro
Machuca esta saudade,
Sabendo que na verdade,
O tempo foi traiçoeiro!
Nos meus tempos de escola
Estudava no Mobral
Ás noites eu sempre ia
Junto com o pessoal
Que ás vezes ao me lembrar,
Eu paro e pego á olhar,
Que ás vezes passo mal
Me lembro da professora
Que era dona Naninha
Que ás vezes dava aulas
De manhã e á tardezinha
Relembro com alegria,
De todas ás olarias,
E da casa de farinha.
Lembrando das brincadeiras
Eu choro igual menino
Igual á toda criança
Eu também era traquino
Me lembro de uma loca,
Que tinha lá na barroca,
Da casa de Celestino
Falando em Celestino
Seria uma proeza
Quem fosse na casa dele
Era quase uma certeza
Sair de lá arranhado,
Ou quase estrangulado,
Por á brava Baronesa;
Lembro com grande emoção
Que ás vezes sinto agonia
Lá da casa de tio Quincas
E da casa de titia,
Essa saudade me invade.
Pois lá nos finais de tardes,
Eu ia todos os dias.
Lembro á roça de Leníldo
E o cercado de Nezinho
Minha mãe sempre brigava
Mas nós dava um jeitinho
Eu sei que nós se arranhava,
Mas eu e Eurides pulava,
Lá em cima dos chumbinhos.
Recordo emocionado
Lá daquela Igrejinha
Que ficava na estrada
Bem pertinho da rocinha
Chega dá um desespero,
Quando eu lembro o tempo inteiro,
Do carneiro de Toínha!
Á casa de João de Félix
Também não sai da lembrança
Recordações de Lucinha
Eu guardo como Herança
Recordo o tempo inteiro,
Rosa e o pé de Juazeiro,
E de menina de trança!
Da casa de Nô me lembro
De Wiris o Greguelim
Eu lembro dos arvoredos
Onde cantavam os vinvins
Á emoção vai á mil,
Lembrando a beira do rio,
Infestada de Muquíns
E o Pé de azeitonas
Lá na roça de Fulô
Aquelas frutas de palmas
Crescidas com tanto amor
Tudo isso é passado,
Mas que vivem ao meu lado,
Em qualquer lugar que vou!
Poeta Tony Xavier
Nenhum comentário:
Postar um comentário