segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Pernambuco e todo o Sertão, celebram o centenário de nascimento do poeta repentista: LOURO DO PAGEÚ

louro do pajeu

São José do Egito, no Sertão, terra onde a cantoria de viola deu origem a verdadeiras dinastias, está em festa com as comemorações do centenário de Lourival Batista (1915-1992), conhecido na cultura popular como Louro do Pajeú.
Debates, exposições fotográficas, recitais, cantorias e apresentações musicais vêm acontecendo desde a sexta-feira na sua terra Natal, São José do Egito e só termina na terça, dia 6 de janeiro, centenário do repentista. Na festa neste domingo, o governador Paulo Câmara (PSB) fez sua primeira aparição pública depois da posse.
A habilidade de Louro com os versos – que rendeu a ele o título de “rei do trocadilho” – começou aos 15 anos e veio de uma longa linhagem de parentes exímios em cantorias e desafios.
Ele foi irmão de dois outros repentistas famosos da região, Otacílio e Dimas Batista e genro do poeta Antonio Marinho, a Águia do Sertão. “O Pajeú, em Pernambuco e o Cariri paraibano, em especial a Serra do Teixeira, são regiões que têm uma ancestralidade nesse sentido.
O registro mais antigo do primeiro cantador no Nordeste é dos fins do século 16, na Serra do Teixeira, e esse homem era um ancestral de Louro”, explica Antonio Marinho, neto do repentista e organizador das comemorações, além de membro do grupo musical Em Canto e Poesia. A mãe dele, Bia, também vive da cantoria e tem 30 anos de carreira.

Embora tivesse morado no Pajeú durante boa parte da vida – com um intervalo decisivo no Recife, onde estudou na adolescência e decidiu ser cantador ao ver um cego improvisando no Mercado de São José – a atuação de Louro não se limitou à região.
“A geração dele levou a cantoria aos grandes centros urbanos do Brasil e a países da América Latina, como Argentina e Bolívia. Em 1946, o Teatro de Santa Isabel foi o primeiro a abrir espaço para a cantoria de viola, com Pinto do Monteiro e os irmãos Otacílio e Louro.
Louro do Pajeú teve para a cantoria a dimensão que Luiz Gonzaga teve para o forró, uma importância desbravadora, porque valorizou a profissão e criou os oito filhos a partir de seus versos e improvisos”, detalha.
Por: Blog do Castanha
BLOG DE TONY XAVIER

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