sexta-feira, 3 de abril de 2015

Ouvintes e familiares relembram as histórias de Carlos Augusto em velório

Familiares ficavam ao lado do caixão do radialista Carlos Augusto (Foto: Amanda Franco/ G1)
Familiares ficavam ao lado do caixão do radialista.(Foto: Amanda Franco/G1)
Ouvintes, vaqueiros, amigos, admiradores e familiares foram até a Câmara de Vereadores de Petrolina, no Sertão pernambucano, nesta sexta-feira (3) para dar o adeus ao radialista Carlos Augusto, de 74 anos. O velório do comunicador começou ainda na noite da quinta-feira (2), data em que Carlos Augusto faleceu em um hospital particular da cidade vizinha, Juazeiro-BA, onde estava internado desde o início da semana após sofrer parada cardíaca.

O ex-vaqueiro, Antero Alves, de 65 anos, lembra que a primeira vaquejada de Petrolina foi realizada em 1972 por Carlos Augusto e o padre João Câncio. Segundo Antero, o evento aconteceu onde hoje é o estádio Paulo de Souza Coelho que, na época era a Associação Rural. “Ele foi o idealizador. Eu não estava lá, mas ouvi falar muito e que deu muita gente. Acompanhei muita vaquejada e corri muito. Carlos Augusto era uma pessoa que vivia dentro das raízes”, contou.

Mauro Barbosa de Oliveira é morador do Povoado do Capim, na Zona Rural de Petrolina, onde era realizada a Jecana. “Maroca” como era chamado no rádio pelo comunicador diz que não perdia um evento e lembra que também ajudava a organizar. “Eu que arrumava alguns jumentos e um pessoal que vinha de longe se hospedava lá em casa. Hoje fiz questão de vir mais cedo para me despedir”, disse.
Visitantes foram dar o adeus ao radialista Carlos Augusto (Foto: Amanda Franco/ G1)
Visitantes foram dar o adeus ao Radialista Carlos
Augusto (Foto: Amanda Franco/G1)

Edielson Vieira da Silva, de 40 anos, disse pelo menos há 25 anos acompanhava a trajetória de Carlos Augusto pelas ondas do rádio. “Eu abria o programa dele com o galo do Ceape sempre às 7h no sábado. Boa parte da minha vida eu acompanhei ele”, lembra o ouvinte.

Muito emocionado e carregando o seu chapéu, Givanildo de Souza disse que de tanto ouvir histórias contadas pelo pai sobre Carlos Augusto, sentia aquela perda como alguém da família. “Ele foi criado junto com meu pai desde pequeno. 

Meu pai contava sobre a infância deles”, lamentou. Homônimo do radialista, o músico Carlos Augusto Ferreira de Souza levou o instrumento que tocava durante o programa do radialista. “Meu instrumento está aqui. Hoje não vou tocar, mas trouxe para me despedir”, contou.

As histórias que envolviam o amante da cultura nordestina e da tradição petrolinense não paravam de chegar. A filha, Carla Virginia Mousinho Amariz Gomes, disse que desde que o caixão do pai chegou para o velório, muitas pessoas chegavam e faziam relatos, muitos destes, que a própria família desconhecia. “Da mesma forma que ele cuidava da gente, ele cuidava do povo e viemos ver isso agora.  

A gente está descobrindo várias histórias agora que não sabíamos. Teve um que veio aqui e disse que meu pai era quem tinha dado o seu primeiro emprego. Histórias diversas que casam com a personalidade dele dentro e fora de casa”, contou.

O esposo de Francisca Mousinho Gomes criou frases que têm íntima relação com a cultura da cidade. “A história dele se mistura com a de Petrolina, porque tudo que ele fazia era por amor à cidade. Eram frases que ele criava que iniciavam movimentos, por exemplo, o Monumento Encruzilhada do Progresso. Ele dizia que Petrolina era a encruzilhada do progresso, pois quem vinha do Sul para o Nordeste tinha que passar por aqui”, lembrou.

A Prefeitura de Petrolina decretou luto oficial de três dias e as bandeiras ficarão a meio mastro. O sepultamento de Carlos Augusto Amariz acontece às 16h no Cemitério Campo das Flores, no Centro da cidade.

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