quinta-feira, 7 de maio de 2015

Artífice da vitória, Temer não recebeu cumprimentos de Dilma e adjacências


Dilma Rousseff deve sobretudo ao seu vice, Michel Temer, a magra vitória que obteve na votação da primeira parte do ajuste fiscal no plenário da Câmara. Ele teve de molhar a camisa de articulador político para evitar uma derrota do governo.

Temer cobrou o comprometimento do PT com o ajuste fiscal, conteve momentaneamente a rebeldia do PMDB de Eduardo Cunha, negociou cargos com aliados que ameaçavam debandar… E ainda seduziu valiosos votos da oposição. Fez tudo isso e não havia recebido até o final da noite passada um mísero telefonema de Dilma ou dos auxiliares petistas da presidente.

A quarta-feira de Temer começou num café da manhã fúnebre. Na noite da véspera, além de não conseguir votar a proposta que lhe interessava, o governo Dilma amargara a aprovação final da PEC da Bengala, que retirou da presidente o poder de indicar cinco novos ministros para o STF até 2018. De quebra, o PMDB avisara que não votaria o arrocho trabalhista a menos que o PT ajoelhasse no milho e fechasse questão a favor da matéria.A quarta-feira de Temer começou num café da manhã fúnebre. 

Na noite da véspera, além de não conseguir votar a proposta que lhe interessava, o governo Dilma amargara a aprovação final da PEC da Bengala, que retirou da presidente o poder de indicar cinco novos ministros para o STF até 2018. De quebra, o PMDB avisara que não votaria o arrocho trabalhista a menos que o PT ajoelhasse no milho e fechasse questão a favor da matéria.

Temer disse a Sibá que o PT precisava fechar questão a favor do ajuste. O deputado tentou alegar que havia dificuldades estatutárias. Só a Executiva do PT poderia aprovar o fechamento de questão. Temer atalhou Sibá para dizer que, como presidente do PMDB, ele toma decisões em nome da Executiva sempre que necessário. O PT, finalmente, caiu em si. No início da tarde, Sibá leu em plenário uma nota com o teor desejado por Temer. E o PMDB suspendeu sua obstrução.

Para o almoço, Temer recebeu um pedaço da bancada de deputados do oposicionista DEM. Numa articulação que passou pelo prefeito ‘demo’ de Salvador, ACM Neto, o articulador político de Dilma cavou oito votos improváveis numa das trincheiras mais antipetistas do Congresso. Virou, de resto, três votos supostamente “independentes” do gelatinoso PV.
À tarde, Temer dividiu-se entre o telefone e as visitas. Chamou à sua sala Eduardo da Fonte (PE), líder do governista PP. Perguntou-lhe por que não dera as caras no café da manhã. E emprestou seus ouvidos para que o aliado despejasse dentro deles uma hora de queixas e requisições.
Enrolado no petrolão, Dudu da Fonte, como é chamado na intimidade, queixou-se de falta de solidariedade do governo e, sobretudo, do petismo. E reclamou de nomeações do partido que Dilma demorava a encaminhar para o Diário Oficial. As queixas foram ecoadas pelo presidente da legenda, senador Ciro Noigueira (PI), também recebido por Temer. A dupla deve ter gostado da prosa de Temer. O PP ameaçava despejar 100% dos seus votos no balaio anti-Dilma. À noite, entregou à presidente 18 dos seus 39 votos.
Temer passou o resto do dia com o extintor nas mãos. Acompanhou a votação no seu gabinete, no edifício anexo do Planalto. Estava acompanhados dos amigos de sempre: os ministros Eliseu Padilha (Aviação) e Henrique Eduardo Alves (Turismo). E o ex-ministro Moreira Franco (Aviação). Celebrou o resultado como uma conquista pessoal. Recebeu vários telefonemas congratulatórios. Em privado, lamentou que nenhum deles tenha partido de ramais internos. “Do Palácio do Planalto, não telefonou nem o porteiro”, ironizou um auxiliar de Temer.

Por: Blog do Josias de Souza
BLOG DE TONY XAVIER

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