Os oito casais não escondiam a alegria por selar a união diante de tantos parentes e amigos. “A partir de agora, as pessoas vão nos olhar de outra forma, com mais respeito”, acredita o estudante Jean da Silva, 23 anos, revelando que, desde o início do relacionamento com o cabeleireiro Paulo Tavares, 35, há quase dois anos, sonhava com um casamento formal. “É um direito que nos foi dado e estamos exercendo. Antes, para a Lei, nós não éramos nada um do outro”, completa Paulo.
O reconhecimento da sociedade e a aquisição de direitos civis também motivou o técnico de enfermagem Rodrigo Sátiro, 32 anos, e o funcionário público Augusto Cordeiro, 34, a formalizar uma união que já dura três anos. “Nossa família agora existe”, comemora Rodrigo, cuja felicidade não pôde ser compartilhada com os pais. “Eles não puderam ficar, mas passaram aqui para me dar um abraço”, disse. Já a mãe de Augusto não compareceu porque está doente. “Mas meu irmão veio”, reforçou. Eles acreditam que, mesmo os parentes mais resistentes, vão acabar aceitando a união.
Durante a cerimônia, o juiz Paulo Romero lembrou que, desde maio de 2013, uma resolução do Conselho Nacional de Justiça assegura aos homossexuais em união estável o direito ao casamento civil. E recordou aos noivos o motivo de estarem ali. “Cristo recomendou a seus seguidores o amor ao próximo. O que os trouxe aqui foi o amor”, disse, alertando que é preciso muito zelo para manter um casamento.
Depois do “sim”, dos beijos calorosos, palmas e muitas fotos, os noivos deixaram o altar e foram dividir o bolo com parentes e amigos. “Agora, se eu morrer, ela não vai precisar chamar minha mãe para liberar meu corpo. Ela é a primeira em minha vida. Temos direito de família”, desabafou a empresária Glícia Silva, 31 anos, que formalizou uma união de sete anos com a publicitária Vívian Trindade e vai passar a usar o sobrenome da companheira, como a lei permite.
Fernando da Hora
JC Imagem
BLOG DE TONY XAVIER
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