terça-feira, 23 de junho de 2015

Odebrecht: quantos dias na prisão?


Ninguém sabe quantos dias Marcelo Odebrecht, o mais poderoso empreiteiro do Brasil, ficará preso. Há um consenso entre advogados experientes que são escassas as chances de ele mofar na prisão, por exemplo, quatro meses, como se deu com presidentes e diretores de outras empreiteiras.

Ainda assim, se coloca uma questão para a Odebrecht, um dos maiores grupos empresariais brasileiros, um conglomerado que emprega cerca de 200 000 pessoas diretamente, dona de um faturamento de 107 bilhões de reais por ano: Marcelo Odebrecht pode continuar presidindo a Odebrecht?
Para citar dois exemplos mais do que recentes: Dalton Avancini, Leo Pinheiro e Ricardo Pessoa, respectivamente presidentes da Camargo Corrêa, OAS e UTC quando a Lava-Jato os pegou, foram obrigados a deixar seus cargos.
O fizeram para não prejudicar os negócios das empresas. Seja por uma questão de imagem externa (como conseguir rolar uma dívida no exterior, por exemplo, tendo um presidente enjaulado?); seja porque dificultaria a própria tentativa de seus advogados conseguirem em umhabeas corpus, pois a Justiça sempre poderia argumentar que eles como presidentes das empresas poderiam ou continuar a fazer os malfeitos ou apagar provas.
Por isso, cabe a pergunta: será que Marcelo Odebrecht continuará presidindo a Odebrecht? Será que o herdeiro que foi preparado desde cedo por seu avô, fundador do império Odebrecht, e por seu pai, que o antecedeu na presidência, sairá do comando do grupo tão cedo, aos 46 anos? Ou, colocando a pergunta de modo diferente, será que ele tem condições de continuar sem prejudicar a empresa?

Oficialmente, um interino, Newton de Souza, foi colocado em sua posição. As perguntas acima referem-se, naturalmente, ao momento em que Marcelo for solto. Estará fora da prisão, mas talvez em prisão domiciliar e com certeza ainda no centro da confusão da Lava-Jato. 

(Lauro Jardim - Veja Online)
Blog de Tony Xavier

Nenhum comentário:

Postar um comentário