Policial militar é preso após atirar em cantor de brega no Recife

Um policial militar foi preso por tentativa de homicídio contra o cantor de brega Filipe Webster, também conhecido como Lipe Play, de 24 anos, na noite de sábado (6). Filipe foi atingido por um tiro na nuca em uma rua do bairro do Sancho, na Zona Oeste do Recife, e está internado no Hospital da Restauração (HR), área central da capital. O cantor está com a bala alojada na região do pescoço, mas está bem e consciente, de acordo com familiares

Na versão divulgada pela PM, o policial preso contou que estava chegando em casa quando avistou Filipe Webster apontando uma arma em sua direção. Antes, o policial teria ligado para o Centro Integrado de Operações da Defesa Social (Ciods), informando que uma pessoa estava tentando invadir sua residência

Entretanto, a versão dita por Filipe aos familiares contradiz o depoimento do policial. De acordo com Daniele Webster, irmã de Filipe, o cantor estava com mais três amigos em uma quadra na comunidade de Jardim Planalto, conversando, quando o policial chegou e mandou eles irem embora. "Ele estava bêbado, dizendo que não queria maloqueiro por ali. Foi quando ele voltou com uma arma, já atirando para cima", contou Danielle ao G1.

Ainda segundo ela, quando Filipe saía do local com os amigos, o policial teria atirado em sua direção, atingindo a nuca. Os outros jovens saíram correndo para buscar ajuda. Filipe foi socorrido e levado, inicialmente, para o Hospital Otávio de Freitas e, em seguida, transferido para o HR. O jovem não deve passar por cirurgia para a retirada da bala.

O policial foi levado para a sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde prestou depoimento e foi autuado em flragrante por tentativa de homicídio. Ele foi encaminhado para o Centro de Reeducação da PM (Creed), em Abreu e Lima, no Grande Recife.

Abertura de sindicância
Em nota, a assessoria de imprensa da PM informou que o comando da corporação "determinou abertura de sindicância, através do Batalhão de Guarda da Corporação (BPGd), onde o policial é lotado, para esclarecer as causas que levaram o militar a efetuar o disparo que atingiu a cabeça da vítima."

No comunicado, a PM acrescentou que "a instituição tem interesse pleno em esclarecer as circunstâncias da ocorrência e repudia toda e qualquer forma de ação dos seus integrantes, que possam, no exercício ou não da atividade policial militar, atentar contra a vida de qualquer cidadão."

Do G1 PE
Fotos: Reprodução Facebook
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